Em resposta às devastadoras inundações no Rio Grande do Sul, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) está instalando 208 unidades habitacionais emergenciais para apoiar as pessoas afetadas. Essa estrutura, comumente utilizada para acolher refugiados em Boa Vista, Roraima, agora será empregada para aliviar a crise de moradia resultante das enchentes. A medida visa fornecer uma solução temporária, estimada para durar cinco anos, melhorando significativamente as condições de vida dos desabrigados.

Falando à ONU News, Miguel Pachioni, responsável pela comunicação do Acnur, explicou que as primeiras oito unidades já estão operacionais, com mais 200 a caminho, provenientes dos estoques em Boa Vista e na Colômbia. Além das habitações, outros itens essenciais, como fraldas, lonas, lâmpadas solares e kits de higiene, também estão sendo enviados para atender às necessidades urgentes da população afetada.

A resposta humanitária do Acnur não se limita à instalação de unidades habitacionais. A agência, em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), está conduzindo avaliações nos abrigos para identificar refugiados e migrantes que necessitam de proteção internacional. Além disso, organizações lideradas por refugiados locais estão ativamente coletando e distribuindo doações, desempenhando um papel crucial no apoio às vítimas.

As inundações no sul do Brasil, consideradas o maior desastre climático da região, impactaram mais de 2 milhões de pessoas, causando 163 mortes e deixando 580 mil desabrigados. A situação exige uma resposta coordenada e contínua, com uma necessidade urgente de US$ 3,21 milhões para financiar os esforços de socorro do Acnur. A agência destaca a importância de incluir os deslocados nos planos de adaptação às mudanças climáticas para evitar novos deslocamentos e garantir resiliência diante de eventos climáticos extremos.