Oito em cada dez pessoas assassinadas no país são negras; Bahia aparece em segundo lugar
Taxa de homicídios dessa parcela da população era triplo do índice para outros grupos em 2021
Oito em cada 10 vítimas de homicídio no Brasil em 2021 eram negras, e a taxa de mortes entre esse grupo era o triplo do registrado entre o resto da população. A informação foi divulgada pelo jornal folha de S. Paulo, com base em dadosdo Atlas da Violência 2023, publicado nesta terça-feira (5) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Ao todo, negros foram 79% dos 47,8 mil mortos naquele ano, considerando a soma de pretos e pardos, segundo a classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação a 2020, o número de negros assassinados caiu 3,5% — 36.922 casos em 2021, contra 38.274 no ano anterior. A diminuição é menor do que no total da população, que teve queda de 4,1%.
A publicação identifica quem são os mortos no país e quais as violências sofridas pelos diferentes grupos da população.
O levantamento endossa outros estudos, que apontam a população negra como principal vítima da violência no Brasil. Em 2021, segundo o Atlas, a taxa de homicídios chegou a 31 casos a cada 100 mil habitantes negros, contra 10,8 casos de não negros (soma de amarelos, brancos e indígenas).
Entre os estados e o Distrito Federal, lideram as taxas o Amapá, com o dobro da nacional (60,7), a Bahia (55,7) e Rio Grande do Norte (48,9). Na outra ponta estão São Paulo (8,1), Santa Catarina (13) e Minas Gerais (14,9).
Ainda, as pessoas negras são menos da metade dos mortos apenas no Rio Grande do Sul (24%), em Santa Catarina (25%), Paraná (40%) —que havia registrado 29% em 2019— e São Paulo (49%).
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