Ministério Público cria força-tarefa para investigar Prevent Senior
A ideia é que a força-tarefa auxilie na investigação
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) criou uma força-tarefa nesta quinta-feira (23), para investigar suspeitas de que a operadora de saúde Prevent Senior teria coagido médicos para que prescrevessem remédios sem eficácia comprovada contra a covid. A força-tarefa foi organizada por iniciativa da Procuradoria Geral de Justiça, chefiada por Mario Sarrubbo. O promotor Rodolfo Bruno Palazzi já cuidava do caso. Com a criação do grupo, juntam-se a ele os também promotores Everton Zanella, Fernando Pereira da Silva, Nelson dos Santos Pereira Júnior e Neudival Mascarenhas Filho.
Além disso, a ideia é que a força-tarefa auxilie na investigação que será conduzida a partir de dossiê contra a operadora entregue à CPI da Covid. O anúncio quanto ao envio dos documentos ao Ministério Público foi realizado por Renan Calheiros, relator da CPI, na quarta-feira (22). A partir da análise desse material, a instituição poderá abrir investigação no âmbito criminal.
O MP já tem um inquérito civil instaurado pela Promotoria da Saúde contra a Prevent Senior para apurar se houve danos morais coletivos de responsabilidade do plano de saúde por pressionar seus médicos conveniados a entregarem o chamado "kit covid" de forma irregular aos pacientes.
Na quarta, em depoimento em Brasília, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, afirmou que a operadora adotou procedimento para alterar o código de diagnóstico de pacientes com Covid-19. Assim, a doença deixava de ser mencionada após determinados dias de internação.
No dossiê entregue à CPI, essa prática é denunciada por, segundo o material, servir para ocultar eventuais problemas com o chamado tratamento precoce. Em particular, o documento menciona os casos do médico Anthony Wong e Regina Hang, mãe do empresário bolsonarista Luciano Hang - ambos morreram de Covid-19.
O dossiê, elaborado por médicos da própria operadora, aponta ainda que mortes foram ocultadas em um estudo com hidroxicloroquina. Batista Júnior rebateu essas acusações e afirmou que os autores da denúncia fraudaram uma planilha para alterar os resultados dessa pesquisa.
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