Diretora e professoras são indiciadas após morte de criança em creche

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Diretora e professoras são indiciadas após morte de criança em creche

As três profissionais da unidade de ensino vão responder por homicídio culposo

Crédito: Divulgação

Pouco mais de um mês após a morte da menina Maria Thereza Vitorino Ribeiro. de 1 ano, depois de engasgar com um pedaço de maçã em uma creche de Petrópolis, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou duas professoras e a diretora da unidade escolar por homicídio culposo. A médica responsável pelo atestado de óbito também está sendo investigada.

A criança estudava no Centro de Educação Infantil Carolina Amorim, no bairro Cascatinha, em Petrópolis, Região Serrana do Rio. O caso ocorreu no final de maio.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte da criança foi asfixia por broncoaspiração. Nos depoimentos, funcionários da creche informaram que ofereceram 1/4 de maçã para a menina. Segundo a investigação, a fruta foi servida fora dos padrões, o que contribuiu para o engasgo de Maria Thereza.

A menina chegou a ser socorrida por várias pessoas que tentaram retirar o alimento, mas sem sucesso. Maria Thereza só foi levada para uma unidade de saúde após a mãe de uma outra aluna perceber a gravidade da situação e reforçar a necessidade de atendimento médico. Dois dias depois da internação, Maria morreu.

De acordo com o delegado titular da 105ª DP (Petrópolis), João Valentim, as investigações revelaram que as funcionárias da escola não foram preparadas para prestar assistência e cuidado em cada situação, o que teve como consequência a morte da menina.

"A investigação revelou que houve o despreparo dos profissionais para atuarem nessas circunstâncias, o desconhecimento da política pública e, ainda, que existe necessidade de se difundir a respeito das medidas preventivas primordiais para a prevenção e promoção à saúde da comunidade escolar. Se qualquer funcionário da escola tivesse um preparo mínimo, as chances de salvar a pequena Maria Thereza se multiplicariam", disse o delegado.

O tempo entre o engasgo e a entrada da criança na unidade de saúde, que aconteceu após 14 minutos, foi outro fator apontado como contribuinte para sua morte. Segundo as investigações, o tempo entre o acidente e o socorro foi "consequência do despreparo técnico e emocional para lidar com as circunstâncias de acidentes no ambiente escolar, caracterizando conduta negligente".

As duas professoras e a diretora da unidade de ensino foram indiciadas por homicídio culposo tendo em vista, de acordo com a polícia, que tinham o dever de vigiar e cuidar da criança. A 105ª DP (Petrópolis) ainda instaurou uma investigação para apurar a conduta de uma médica que atestou o óbito, pois em caso de suspeita de morte por fator externo, a responsabilidade é do Instituto Médico Legal (IML).

"Os envolvidos prestaram depoimentos conflitantes no intuito de garantir uma aparência honrosa de que proporcionaram um excepcional atendimento à criança, quando na verdade foi justamente o contrário", conta o delegado. 

 

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Domingo, 08 Setembro 2024

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