Tierry não é chamado de "Tiehit" à toa. O cantor dá a voz a uma música e ela automaticamente bomba nas festas e paredões da Bahia. No carnaval deste ano, o "pai das crianças" apostou na reconciliação pós-eleições e criou a canção "Título de Apaixonado".

Os versos "A gente começou se amando/ E terminou brigados/ Só por que um é Lula/ E o outro é Bolsonaro" já é sucesso nas ruas e nas redes sociais. A inspiração da composição veio de outros dois compositores, e foi ajustada por Tierry, para não ofender nenhum dos lados da última briga eleitoral.

"A 'Título de Apaixonado' tinha um outro nome, era 'Lula e Bolsonaro'. Quem teve a ideia foram meus parceiros Rigamontti e o João Mateus. Eles me mandaram a música, eu ouvi, e tinha algumas coisas que poderiam causar polêmica. E aí eu vi e pensei: 'isso aqui é muito sucesso, mas é um diamante que precisava ser lapidado'. Eu mexi na música, mudei algumas partes para não ofender nenhum lado, retratando a realidade dos brasileiros", contou Tierry .

"A música fala sobre reconciliação de família, de amigos, de relacionamento. No clipe, eu quis mostrar a história de muitos casais, que brigaram por conta de divergências políticas".

Depois de colocar o lado compositor em campo, o artista então passou a mostrar a letra reformulada para outras pessoas, que aprovaram as mudanças.

"Todo mundo que ouvia, falava: 'caramba, isso aí não vai afetar nem um lado, nem o outro'. E fala, nada mais, nada menos, que exatamente que a verdade, não é? Coisa que aconteceram na realidade, e de uma forma engraçada, de uma forma de uma forma leve", avaliou o cantor.

"Eu acho que as pessoas precisavam de uma música que as unissem de novo, nem que fosse pela brincadeira, nem que fosse para que tirasse uma risada, e deixasse mais leve toda essa celeuma política".

Tierry explica que a música só foi divulgada quatro meses após as eleições por causa do calendário de lançamentos.

"Existe um cronograma de gravadora e eu tinha um dvd para lançar. A 'Título de Apaixonado é um single. Como eu tinha o dvd, e a gente já tinha um cronograma de lançamento, então eu só tinha data para lançar lá depois da política [eleições]".

"Ela é uma música atemporal, porque o Brasil realmente ficou rachado, não é? A gente viu pelo resultado das eleições. Então isso ia reverberar até a próxima eleição".

O clipe da música foi lançado no dia 3 de fevereiro. Nas redes sociais do artista, o vídeo já passou de 1,5 milhão de visualizações. Em uma plataforma de vídeo, a canção já foi vista cerca de 800 mil vezes, por causa das restrições aos nomes de políticos.

"O que eu quero é que não restrinjam a música, porque é uma canção que não faz campanha para ninguém e nem ofende ninguém, fala apenas sobre reconciliação de algo que foi muito verdadeiro, e minhas músicas falam sobre isso", ponderou.

"O [Pedro] Bial chamou minha música de 'Tierrysmo', que é uma sofrência com uma pitada de humor, que fala a realidade. Isso é o 'Tierrysmo', é a música que eu canto. E o que eu quero é que ela possa chegar às pessoas. As eleições passaram e está na hora da gente unir as pessoas".