Familiares das vítimas detalham como aconteceram sequestros na Bahia

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Familiares das vítimas detalham como aconteceram sequestros na Bahia

Pai e filho foram sequestrado em uma casa e outro jovem na casa da avó

Crédito: Divulgação

A população de Salgadália, maior distrito de município de Conceição do Coité, distante 17 km da sede, acordou nesta terça-feira (7) com a informação de que três corpos haviam sido encontrados em dois locais distintos e logo circularam em grupos de WhatsApp o corpo de um homem que teria sido encontrado as margens de uma estrada vicinal na região do açude da Extrema no sentido município de Barrocas, identificado pelo vulgo 'Val', e de outros dois jovens, um deles filho de Val, na região do Pau a Pique, já no limite com Araci.

Pai e filho sequestrados na presença de gestante

A reportagem ouviu primeiramente a senhora Eliene Ferreira de Aquino, 64 anos, mãe de Genivaldo Aquino de Jesus (Val) 46 anos, e avó de Jackson Andrade, 22, conhecido pelo vulgo 'Lunga'. A idosa disse que estava sozinha em casa e na residência vizinha, Val, Lunga e sua esposa Rafaela que está grávida e prestes a dá à luz, quando por volta das 23h de segunda-feira, ouviu a gestante gritando, sabendo que sempre que o neto bebia criava problema, pensou que era mais uma situação dessa, "abri a grade que tem no meu muro por onde passo pra casa deles, mas ouvi Lunga dizer: não me mate não, vão me matar, mas eu não fiz nada. Aí eu disse: valei minha nossa senhora! Fiquei se ação, em seguida os homens encapuzados botaram eles dentro do carro e saíram, em seguida a menina (Rafaela) me chamou: dona Loíde (apelido da idosa) a senhora viu? Levaram Val e Lunga. Aí fiquei sem sossego, agora de manhã chegou a notícia. Um carro na cor vermelha cuja marca e modelo não identificado foi usado no sequestro.

Questionada se imaginou que a situação pudesse ter o desfecho que teve, dona Loide respondeu que ouvia comentários que Lunga bebia e que fazia 'besteira' (furto/roubo) "e diziam que iam matar ele, vieram aqui, deram conselho a ele, pediram pra ele se afastar de más companhia, mas ele não saiu", contou avó, porém não revelou quem dava conselho.

Sobre Val, Dona Loide disse que sabia apenas que o filho bebia demais, era trabalhador de motor de sisal, populares informaram que ele também tinha envolvimento com furto, mas ela desconhece. Ao contrário do neto, que a mesma afirmou que ficava sempre dentro de casa e ouvia falar de envolvimento dele com atos ilícitos.

Casa da mãe da terceira vítima foi arrombada, mas ele não estava. Adolescente tinha 16 anos

Dona Loide não sabia que depois que o carro vermelho deixou sua casa com o filho e o neto dela, tinha como objetivo pegar outra pessoa. Os encapuzados seguiram para a residência da senhora Maria Angélica Pereira Costa, 35 anos, cerca de 800 metros de distância da primeira.

Periquita como é conhecida a moradora, disse que por volta das 23h30 parou um carro vermelho na frente, mas achei estranho que o menino (filho dela) identificado como Edivânio Costa Santos, 16 anos, estava na casa da avó, cerca de 500 metros a frente, quando desceram, um deles rodeou e foi pra porta do fundo e outro na frente ai arrombaram as duas ao mesmo tempo.

Ainda de acordo com a dona de casa, os desconhecidos estavam usando blusão e capuz e bagunçaram tudo, "quando viram que ele não tava em casa me ameaçaram dizendo que se eu não desse conta eu ia pro inferno também, mas eu disse que não sabia, tinha saído pra o trabalho no motor de sisal pela manhã e cheguei as cinco e meia e não encontrei. Ai eu vi que eles saíram até próximo do carro como tivesse conversado com alguém, um deles pegou meu celular, eu sai na porta chorando e pedir pra ele me dá pelo menos o dinheiro que estava na capa do celular que era o que eu tinha pra botar gasolina na moto pra ir pro motor, ai ele tirou o dinheiro e me devolveu vinte e sete reais, mas levou o aparelho", contou Periquita que admitiu que o filho era usuário de droga, mas era muito amigo de Longa.

Val e Lunga podem ter levado os criminosos até a casa da avó do adolescente

Conforme Periquita relatou, após ter dito não saber onde o filho estava, os homens conversaram com algumas pessoas dentro do carro, ela não sabia que ali estava um amigo do filho dela e o pai. O carro então chegou minutos depois na residencia da avó do adolescente.

Casa onde Edivânio foi encontrado

As pessoas que estavam na casa disseram que era um grupo de cinco a seis homens, além do carro foi ouvido barulho de um a motocicleta. Ao chegarem na residência encontraram o portão da casa de Dona Maria Celsina, 64 anos, fechado, mas tiveram acesso a outro portão lateral por uma casa sem muro onde mora um jovem Genivaldo que ao perceber a movimentação foi até a casa, ele foi obrigado ficar de joelhos e olhando pra parede. Ele contou que eram de cinco a seis homens todos encapuzados. 

Dona Celsina disse que estava sentada e ouviu o barulho de um carro e parou, fato que segundo ela achou estranho. "Abri a porta e vi eles e quando me avistaram mandaram eu entrar, aí perguntei: por favor, o que foi quem eu fiz? Ele repetiu, pra dentro, pra dentro senhora! Quando eles entraram, meu neto estava deitado no quarto logo de frente, quando levantou assustado perguntando o que era. Ai os homens perguntaram cadê Natan, na hora que meu Neto apareceu eles disseram é você mesmo, não corra!, contou a idosa que disse não conhecer o Natan que supostamente também estava sendo procurado.

A idosa conta que a partir daquele momento, os homens pegaram o menino que ao passar perto dela, a abraçou e ele perguntou o que ele tinha feito por está passando por tal situação, ele disse não ter feito nada, "ai ele me abraçou e disse, oh minha avó, bora comigo, ai ele bateram na cabeça dele, ai carregaram o menino," contou a idosa que não imaginava que o neto fosse morto.

Familiares do adolescente disseram que não era comum ele ir para a casa da avó.

Com informações do Calila Notícias

 

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