Santas Casas de Misericórdia lançam campanha contra crise financeira

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Santas Casas de Misericórdia lançam campanha contra crise financeira

Em Feira de Santana, a situação também é crítica

Crédito: Divulgação

A Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB, representando 1.824 hospitais filantrópicos brasileiros, lança a campanha – Chega de Silêncio! Gestores e profissionais da saúde rompem o silêncio para expor a crise da maior rede hospitalar do SUS.

Em Feira de Santana, a Santa Casa alerta para as dificuldades financeiras que nos últimos dois anos vêm impondo consequências ainda mais drásticas e o possível risco de cancelamento de serviços.

Esse segmento disponibiliza 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, sendo que em 824 municípios do Brasil, a Santa Casa ou hospital filantrópico é o único equipamento de acesso ao cuidado e à assistência em saúde, com uma representatividade ao SUS nacional de 70% do volume assistencial da alta complexidade e 51% da média complexidade.

Anualmente faz mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 280 milhões de atendimentos ambulatoriais. Mais de 3 milhões de pessoas, com vínculo direto e/ou indireto, dependem economicamente dessas instituições.

Esta relação dos hospitais com o SUS, pública e notoriamente conhecida, é crescentemente deficitária já há mais de duas décadas, levando os hospitais a um alto endividamento, em mais de R$ 20 bilhões, sucateamento das suas estruturas físicas e tecnológicas. Tal situação se agravou ainda mais durante a pandemia da Covid-19 e persiste com cenário irreversível de caos, principalmente no abastecimento de materiais e medicamentos com preços elevadíssimos, além da inflação que persegue os custos dos hospitais letalmente.

DEFASAGEM DA TABELA SUS

É importante salientar que desde o início do plano real a tabela SUS e seus incentivos foram reajustados em média em 93,77%, enquanto o INPC subiu 636,07%, o salário-mínimo, 1.597,79% e o gás de cozinha, 2.415,94%. Este descompasso brutal representa 10,9 bilhões de reais por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, de todo o segmento. Desta forma, se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente suas portas se manterão abertas. A desassistência da população é fatal.

Para que não ocorra a desassistência da população, as Santas Casas e hospitais filantrópicos requerem a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, a fim de viabilizar a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS.
 

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Sábado, 30 Novembro 2024

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