Em meio às devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul, o Brasil compartilha na ONU sua experiência histórica com deslocamentos internos e legislação preparada para apoiar os afetados por desastres ambientais. Atualmente, mais de 72 mil pessoas encontram-se provisoriamente em abrigos devido às inundações.

A diretora do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luana Medeiros, destacou em entrevista à ONU News que a legislação brasileira já contempla a emissão de vistos e autorizações de residência para indivíduos afetados por calamidades, como ocorreu com os imigrantes haitianos em 2011 após o terremoto. Medeiros frisou a importância de criar resiliência nas cidades para enfrentar mudanças climáticas, com a Defesa Civil confirmando 163 mortes e 72 desaparecidos.

O Brasil tem um longo histórico de deslocamentos internos motivados por dinâmicas econômicas e climáticas, desde migrações por secas prolongadas até enchentes. Luana Medeiros explicou que o país possui programas e planos de contingência específicos para regiões mais vulneráveis, reforçando o monitoramento e a cooperação entre governo federal, estados e municípios para melhor preparação frente aos eventos climáticos cada vez mais frequentes.

Participando do Diálogo Internacional sobre Migrações na sede da ONU, Medeiros destacou o reconhecimento da Organização Internacional para Migrações (OIM) pelo trabalho positivo do Brasil na área de migração e integração local. Além do apoio às populações afetadas por tragédias ambientais, a diretora sublinhou a necessidade de investimentos em economia verde para fortalecer a resiliência e monitoramento frente aos fenômenos climáticos imprevisíveis.