O uso de cigarros eletrônicos por adolescentes tem alcançado níveis alarmantes em muitos países, segundo o relatório "Capturando a Próxima Geração", lançado recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Stop, uma organização de vigilância da indústria do tabaco. Globalmente, cerca de 37 milhões de crianças de 13 a 15 anos consomem tabaco, com uma taxa de uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes superando a dos adultos em diversas regiões.

A indústria do tabaco e da nicotina tem desenvolvido produtos com sabores atrativos e campanhas de marketing direcionadas a escolas e jovens, criando um ambiente favorável ao vício precoce. 

Na Europa, 20% dos jovens de 15 anos relataram ter usado cigarros eletrônicos no último mês. Este crescimento do uso de produtos alternativos ao tabaco convencional representa uma séria ameaça ao progresso no controle do consumo de tabaco.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, destaca que a história se repete, com a indústria do tabaco reembalando a mesma nicotina em formas mais atraentes para as crianças. Uma pesquisa nos EUA mostrou que 70% dos jovens deixariam de usar cigarros eletrônicos se os sabores doces fossem proibidos, evidenciando a eficácia desses sabores em viciar os jovens.

A OMS conclama os governos a implementarem proibições ou regulamentações rigorosas para proteger os jovens desses produtos nocivos. As recomendações incluem criar ambientes livres de fumo, proibir sabores em cigarros eletrônicos, aumentar impostos e promover campanhas de conscientização sobre as táticas da indústria. Durante a COP10, organizações juvenis destacaram a importância de proteger as futuras gerações das armadilhas do tabaco e da nicotina, apelando para ações decisivas dos formuladores de políticas.