Médico veterinário fala sobre impactos dos fogos para pets
Especialista mostra os prejuízos à saúde dos animais
Os tradicionais fogos de Réveillon são um espetáculo à parte para todos que celebram a chegada do Ano Novo em várias partes do mundo. Mas, se por um lado os humanos contemplam as luzes e o barulho no céu, os pets sofrem impactos em sua saúde, sobretudo, por terem uma audição superior à nossa.
Para esclarecer os malefícios provocados nestes animais, o médico veterinário e coordenador do curso de Medicina Veterinária da UNINASSAU Salvador, Vinícius Brito, traz informações pertinentes. Segundo ele, os fogos são comprovadamente maléficos aos animais, sendo os felinos possivelmente mais sensíveis por possuírem uma audição melhor que os canídeos.
"Devido ao barulho assustador dos fogos de artifício, não é incomum a chegada de animais nos consultórios veterinários com cortes e traumas causadas pela tentativa de fuga e quadros ainda mais graves como alterações cardiorrespiratórias, crises convulsivas e até mesmo óbito dos animaizinhos. Alguns sintomas das crises desencadeadas pelo medo e estresse podem deixar sequelas que perduram por dias ou até mesmo podem acompanhar os pets pelo resto de suas vidas", alerta.
De acordo com Brito, não são apenas cães e gatos que sofrem as consequências da pirotecnia. "Também nos deparamos com aves atordoadas que acabam se chocando contra objetos e não sobrevivem, sem contar que não sabemos o real impacto nos animais selvagens. Assim, nos deparamos com um grande problema ambiental", acrescenta.
Como amenizar os impactos
Em algumas cidades do país já é proibido soltar fogos com barulho em eventos como o Réveillon, mas ainda é uma realidade distante de forma mais ampla no Brasil. Enquanto não há avanços expressivos sobre o tema, o especialista aponta técnicas para reduzir os impactos na saúde dos animais.
"Utilize técnica de 'tellington touch', também conhecida como 'técnica do pano'. Basta usar uma faixa de pano ou bandagem envolvendo a região torácica e abdominal do animalzinho - essa pequena pressão ativa o seu sistema nervoso autônomo e pode deixá-lo um pouco mais calmo e relaxado. Utilize protetores auriculares de algodão (nem todos os pets aceitam essa abordagem e temos que tomar muito cuidado para que eles não comam os protetores e vire uma dor de cabeça ainda maior). Adapte o ambiente para reduzir o barulho - casinhas com isolamento acústico são boas opções, bem como deixar a porta do armário aberta para que seu cão ou gato entre e fique mais confortável. E não deixe seu pet preso, pois, nesses momentos de estresse, eles podem se enforcar tentando fugir. Deixe-o em um ambiente aberto, com o mínimo de material que possa feri-lo", conclui Vinícius Brito.
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