Curte um 'azulzinho'?: médico alerta para riscos do uso indiscriminado
O uso é algo muito seguro, porém, se acompanhado por um profissional
A disfunção erétil é a dificuldade ou incapacidade que o homem pode apresentar de manter a ereção para conseguir uma relação sexual plena, como salienta o especialista Eduardo Cerqueira. "Muitos são os homens que, ou não conseguem esta ereção ou, se a atingem, a perdem antes do momento adequado, ou seja, perde a ereção sem atingir o orgasmo", explica. No entanto, por estresse, ansiedade ou apenas pelo desejo de aumentar a potência sexual, muitos recorrem aos remédios voltados para esse tipo de problema sem orientação médica, o que pode acarretar riscos a médio e longo prazo.
Conforme o urologista, as principais causas físicas que acabam acarretando no problema da disfunção erétil são doenças como a hipertensão e o diabetes; em pacientes que tiveram algum câncer grave e foram submetidos a cirurgias extensas como uma prostatectomia radical, ou seja, o tratamento para o câncer de próstata localizado, que não tenha se espalhado para outras regiões e que é promover a cura definitiva da condição pela remoção do tumor por completo. Outros casos comuns são de pacientes com problemas crônicos como doenças cardíacas que exigem do indivíduo o uso de uma série de medicamentos que podem interferir na atividade sexual da pessoa. Dr. Eduardo Cerqueira, entretanto, lembra que existe um outro fator muito importante e que é muito comum inclusive, em pacientes jovens: a causa psicogênese da disfunção erétil.
"São pacientes que não apresentam nenhum tipo de problema de saúde, vive bem, praticam atividade física, enfim, têm uma vida absolutamente normal, mas apresentam a disfunção erétil", frisou o urologista, acrescentando que são muitos que sofrem da chamada ansiedade por desempenho, isto é, o paciente entra no ato sexual com uma grande preocupação em ter um excelente desempenho e impressionar a parceira. Com a ansiedade, vem o nervosismo, o que aumenta a adrenalina e compromete a vasodilatação das artérias, necessária para que a ereção aconteça. Esses pacientes, inclusive, são uma boa parcela dos que recorrem de forma indiscriminada à medicação para tal fim.
O uso dessas drogas hoje é algo muito seguro, porém, se acompanhado por um profissional de saúde. Ainda é muito cedo para pontuar qual o real dano do consumo abusivo", afirma o urologista, mas é fato que o acompanhamento adequado traz segurança e eficácia ao tratamento.
Segundo Eduardo Cerqueira, os principais órgãos afetados no uso de qualquer medicação a longo prazo são os que processam as substâncias químicas, como o fígado e os rins. Mesmo que não acarrete prejuízos imediatos à saúde, o consumo indiscriminado de medicamentos para disfunções eréteis é capaz de provocar um dano a curto prazo: a dependência psicológica. "Com o passar do tempo, um jovem com atividade sexual normal, por exemplo, só terá confiança para ter relações se o remédio estiver acessível", alerta o especialista, explicando que esse jovem acabe criando um vínculo emocional que prejudica a atividade espontânea, mesmo ele não apresentando problema físico algum.
Na verdade, esses medicamentos só devem ser receitados após a realização de exames médicos que comprovem a disfunção erétil. O consumo desses remédios, segundo ele, muitas vezes é desnecessário porque o indivíduo tem outros problemas que podem ser resolvidos apenas com a busca do bem-estar físico e mental. Ele lembra ainda que os remédios para estimular a ereção apenas melhoram a circulação dentro do pênis, sem atuar sobre o desejo sexual: "Se o indivíduo não estiver excitado, de nada adiantará tomar o medicamento, pois ele não atua sobre a libido".
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