Com quase 300 casos na BA, saiba o que é e como evitar a Febre Oropouche

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Com quase 300 casos na BA, saiba o que é e como evitar a Febre Oropouche

A infectologista Melissa Falcão esclareceu dúvidas sobre a arbovirose.

Foto: Reprodução/ Sesab
Além da circulação da dengue, transmitida pelo Aedes aegypti, outra arbovirose que tem despertado a preocupação dos órgãos de saúde no Brasil é a Febre Oropouche, uma doença viral transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.

Na Bahia, até o dia 30 de abril deste ano, 287 casos já foram registrados, em diversos municípios. Até o momento não houve óbitos causados pela Oropouche, que se espalha rapidamente por diversas regiões.

Mas, quais são os sintomas e riscos que a Febre Oropouche traz para a população, e como se proteger do mosquito transmissor?

Em entrevista ao Folha do Estado, a infectologista Melissa Falcão esclareceu dúvidas sobre a arbovirose.


"Esta não é uma doença nova no país, mas ela se concentra mais na região amazônica e tem se espalhado para outros estados. Na Bahia, já tivemos casos reportados anteriormente, mas eram esporádicos e vemos esse ano um surto. Essa é mais uma preocupação, pois a Oropouche é mais uma arbovirose que circula no Brasil, como vimos com a zika, a dengue, a Chikungunya. Arboviroses são doenças transmitidas por picada de insetos e no caso da Oropouche o mosquito responsável pela infecção é o conhecido como maruim ou mosquito pólvora."

Proliferação

O número de casos aumentou no país de uma maneira bem expressiva entre 2023 e 2024.

"Isso se deve a diversos fatores, como a mudança climática, muita chuva, muito calor, urbanização, a disponibilidade de exames de maneira mais expressiva em todos os estados do país. A transmissão se dá através da picada do mosquito, que está presente em nosso estado de uma maneira mais disseminada. Se o mosquito não tiver infectado ele não transmite a doença, mas a partir do momento que o vírus é introduzido na região por outras pessoas que chegam com a doença ativa o mosquito pica aquela pessoa e transmite para outras", informou Melissa Falcão.

Conforme a infectologista, o mosquito maruim se multiplica mais facilmente em áreas com umidade alta e temperaturas cima de 28 graus.

"Ele coloca seus ovos em locais úmidos e ricos em matéria orgânica em decomposição. Então locais onde tem madeira apodrecida, folhas de bananeira, fezes de animais, são os preferidos para sua multiplicação."

Assim como para a dengue, a principal medida de prevenção contra a Febre Oropouche é evitando a picada do inseto e a proliferação de criadouros.

"Devemos evitar ir para áreas onde tenham muitos mosquitos, usar roupas que cubram o corpo e usar repelentes, principalmente se for para local de mata fechada, manter a casa limpa, eliminar água parada e folhas acumuladas, não deixar o lixo a céu aberto, usar cortinas e mosquiteiros, principalmente em berços de crianças."

Sintomas

O quadro clínico da dengue e da Oropouche são semelhantes e facilmente confundidos, conforme relatou a especialista.

"Os sintomas são febre súbita, dor de cabeça, dor muscular, dor articular e ao redor dos olhos, calafrios, enjoos, vômitos, assim como nos quadros de dengue. Uma das diferenças é que no Oropouche existe um curso bifásico. Há uma melhora do quadro após dias, seguida de uma recorrência dos sintomas cerca de uma semana depois, que vai melhorando progressivamente. Em locais onde circulam a Oropouche e a dengue, a melhor maneira de afirmar que se trata de um de outro é o exame laboratorial", enfatizou.

 

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Sexta, 22 Novembro 2024

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