Baixo estoque do Hemoba em Feira de Santana preocupa para período junino
Também dezembro e fevereiro são períodos em que há uma baixa
Com a proximidade dos festejos juninos, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) tem procurado intensificar as ações para a doação de sangue. Justamente no período onde festas em diversas cidades ocorrem ao mesmo tempo, o estoque de bolsas de sangue na unidade em Feira de Santana está baixo e os dirigentes buscam conscientizar as pessoas para a importância de se doar sangue.
Na última terça-feira (14), foi comemorado o Dia Mundial de Doação de Sangue e na unidade do Hemoba em Feira de Santana aconteceu uma grande ação no sentido de incentivar as pessoas a serem doadoras, para assim ampliar a coleta e o estoque do seu banco de sangue na cidade, sobretudo porque, ironicamente, apesar de ser o mês em que se comemora a doação de sangue no Brasil e no mundo, junho é um dos meses do ano onde o número de doadores voluntários diminui consideravelmente em relação aos demais meses do ano.
Segundo a professora Marilene Souza, coordenadora do Setor de Produção do Hemoba de Feira de Santana, não apenas junho, mas também dezembro e fevereiro são períodos em que há uma baixa nos números de doações e coleta de sangue. "Por serem meses festivos, acabam sendo críticos por duas razões. Por um lado, porque as pessoas ficam vidradas e absortas pelas festas e comemorações, então muitas se ausentam da cidade, acabam pensando apenas no recesso de fim de ano, nos feriados, nas comemorações e festas e acabam esquecendo-se de doar. Por outro, temos um vertiginoso aumento no fluxo das estradas e de pessoas conduzindo veículos sob o efeito do álcool, logo, há um aumento no número de acidentes de trânsito, o que se reverte em uma maior demanda de entradas em hospitais e, consequentemente de procedimentos cirúrgicos que demandam por transfusões de sangue", explica a coordenadora.
A unidade possui um banco de dados onde tem doadores de sangue de vários tipos cadastrados e desta forma consegue amenizar a situação de baixa no estoque no Hemoba "Aproveitamos a data para também intensificar o contato com os doadores do nosso banco de dados, para que venham à sede do Hemoba e contribuam doando sangue. Dessa forma, conseguimos contornar a redução natural de doadores em junho e manter nosso estoque em um nível razoável.
Até porque o perfil do doador feirense é de doador de reposição, ou seja, nós usamos o sengue que temos no nosso banco e uma pessoa e os familiares e amigos dessa pessoa doam para repôs o sangue utilizado. A gente vem tentando sensibilizar as pessoas e conscientizá-las da importância de adotarem uma cultura de doador espontâneo e assíduo, mas ainda não é a realidade de Feira. O ideal seria que ao menos 5% da população doasse de maneira voluntária e constante", conta a biomédica.
TRABALHO INCANSÁVEL
O trabalho de captação de doadores pelos profissionais do Hemoba é incansável e incessante. Marilene Souza ainda conta que ainda é feito uma constante captação de doadores para atender a pessoas que têm anemia falciforme, leucemia e demais distúrbios hematológicos. "Esse tipo de tratamento não é comercializado nas farmácias. Para as pessoas que sofrem dessas doenças, o sangue é um remédio de uso contínuo, daí a importância de se manter um estoque minimamente satisfatório, pois uma bolsa de massa sanguínea tem 35 dias de validade. Uma bolsa de concentrado de plaquetas tem cinco dias para ser utilizada. É um trabalho intenso e constante", diz a coordenadora.
A coordenadora ainda ressalta que, hoje, apesar de o Hemoba estar com um estoque relativamente satisfatório, ainda existe uma carência muito grande para um determinado tipo sanguíneo, o O negativo (O-). "Precisamos muito de doadores que tenham o sangue O negativo, pois são os doadores universais. É um tipo sanguíneo que não podemos deixar de ter, pois no caso onde um paciente dar entrada com risco de morte em uma emergência, é o sangue O- que será utilizado antes das prova de compatibilidade sanguínea. Outra peculiaridade é que o doador O- pode atender a outras tipagens, mas só aceita O-, então é um sangue que não podemos deixar de ter e que hoje se encontra em situação crítica em nosso estoque", revela Marilene.
A dirigente ainda aproveita para convocar a população a doar sangue no Hemoba – que fica no Centro de Feira, na esquina da Avenida Maria Quitéria, com a Avenida Presidente Dutra, em frente à TV Subaé e funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h -, e faz algumas ponderações sobre as condições para se tornar um doador.
"O processo de coleta é muito seguro e tranquilo, só usamos materiais descartáveis. Para ser dador basta estar em um bom estado de saúde; ter entre 16 e 69 anos; ter acima de 50kg. Pessoas recém-operadas ou que fizeram tatuagens, que tomaram vacinas contra a Covid-19 ou gripe e mulheres em período menstrual também podem doar, mas existe um carência de tempo que deve ser consultada com antecedência. Menores de idade cevem estar acompanhados de um responsável legal e pessoas com mais de 60 anos devem já ter doado sangue antes de terem completado esta idade. O atendimento pode ser espontâneo ou agendado através do telefone (75) 3614-1556, número que as pessoas também podem ligar para tirar dúvidas", diz a coordenadora.
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