7% das crianças nascidas em 2022 em Feira de Santana foram prematuras
Prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação
A campanha Novembro Roxo, presente em todo o território nacional, tem como objetivo alertar à sociedade sobre os riscos e causas da prematuridade; bebês prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação, cuja duração completa é entre 37 e 42 semanas, ou 9 meses e podem ser divididos em prematuros e "prematuros extremos", os que vieram ao mundo antes das 28 semanas.
De acordo com dados da Fundação Hospitalar, das 5.826 crianças que nasceram no Hospital da Mulher ,de janeiro a outubro de 2022, em Feira de Santana, 7% nasceram prematuras. A coordenadora da Unidade de Cuidados Intermediários (Mãe Canguru/Casa da Puérpera) Milena Leite, diz que o número é considerado bem alto e que é motivo de alerta. "O número assusta sim, mas temos que destacar que um pré-natal bem feito pode evitar também um nascimento de forma prematura. Alguns casos, como uso do tabaco, do álcool, estresse prolongado, entre outros fatores, pode causar um parto prematuro. Lembrando que ainda estamos passando por um período de pandemia, o que potencializa o estresse. Existe a placenta prévia, que também pode levar ao nascimento antecipado, entre outros fatores, como uma infeção urinária não tratada, por exemplo. Alguns problemas que pode ser identificados no pré-Natal", explana.
A enfermeira salienta que os cuidados que um bebê prematuro necessita, são mais criteriosos e precisa de uma parceria entre instituição e família, como é o caso do método 'Canguru'. "Esse método possui etapas e a primeira é logo após o nascimento, quando a criança é encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Hospital da Mulher possui um bloco neonatal, que já está localizado bem ao lado do centro cirúrgico. Uma vez que esse bebê precise, é assistido instantaneamente pela equipe de multiprofissionais, justamente para poder minimizar essas sequelas. O peso de um prematuro sair do Hospital é de 1,2kg, só após atingir será liberado. Esse bebê não sabe que está fora do útero e precisa desse contato pele a pele. Chamamos de exterogestação, aplicada no método canguru", ressalta.
ANTECIPADO
Angelma Pereira, puérpera de um parto prematuro gemelar, diz que esperava os filhos só no final de novembro, mas por intercorrências na gestação, teve que antecipar. "Vieram prematuros, um casal, e pegou a gente de surpresa! Fomos nos adaptando com a ajuda dos profissionais e trabalhando também o psicológico, agora estamos felizes. Na expectativa de levar pra casa e cuidar. No meu caso, o parto prematuro se deu porque eles estavam com o peso diferente, então tivemos que antecipar", narra.
Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que a Bahia registrou 2.613 nascimentos prematuros, o que corresponde a 11,5% das crianças nascidas vivas. No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus.
Covid-19 partos prematuros
De acordo com um estudo conduzido nos Estados Unidos, cujos resultados foram publicados na revista científica TheLancet Digital Health, a infecção por covid-19 durante a gestação aumenta o risco de parto prematuro, de baixo peso ao nascer ou de que o bebê nasça sem sinais de vida (natimorto) mesmo que a grávida não tenha apresentado problemas respiratórios graves. A conclusão é de um estudo conduzido nos Estados Unidos, cujos resultados foram publicados na revista científica The Lancet Digital Health.
Os pesquisadores avaliaram os registros eletrônicos de mais de 18 mil mulheres que fizeram exame para a presença do coronavírus (ou Sars-CoV-2), em algum momento durante a gravidez. Dessas, 882 tiveram resultado positivo (sendo que a maioria apresentou uma infecção leve ou moderada) e foram comparadas com outras 889 gestantes que testaram negativo.
Para fazer uma comparação real, os pesquisadores utilizaram um programa de estatística que selecionou grávidas com perfis semelhantes nos dois grupos a serem avaliados. Os resultados mostram que os casos de parto prematuro e de natimortos foram mais comuns em mulheres que tiveram a covid-19 no primeiro ou segundo trimestre da gestação.
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