Ex-ministro Anderson Torres atribuiu mapeamento de eleitores a subordinados
Polícia Federal apura se corporação atuou deliberadamente para atrapalhar os eleitores
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres jogou para seus subordinados a responsabilidade sobre o mapeamento de eleitores e a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no 2º turno de 2022, segundo informações do G1, que teve acesso à íntegra do depoimento.
Torres declarou que a "iniciativa" do mapeamento que mostrava os locais onde Lula e Bolsonaro tiveram mais de 75% de votos no primeiro turno "partiu da própria" delegada Marília Alencar. Marília era diretora de Inteligência (DINT) da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), do Ministério da Justiça. A ex-diretora foi ouvida pela PF no dia 13 de abril e afirmou que o levantamento teria sido um pedido de Torres, seu chefe na época.Segundo ele, o "intuito" era relacionar crimes eleitorais, mas ele disse que não levou a informação adiante pois entendeu que os dados não eram indicativos de crimes eleitorais. O ex-ministro disse ainda que a PRF tinha autonomia operacional e que as informações sobre a fiscalização feita pela corporação.
No depoimento, ele também afirmou que a viagem para a Bahia foi para visitar, a convite, a obra da superintendência regional da PRF.
Torres está preso em Brasília desde o início do ano por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) suspeito de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando era secretário de segurança pública do Distrito Federal, mas também é investigado na apuração sobre se a fiscalização da PRF atrapalhou de propósito o deslocamento de eleitores no segundo turno.
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