STF ignora pressão do Congresso, dobra aposta e mantém marco temporal na pauta
O processo foi pautado em um momento em que o debate sobre o tema avança no Congresso
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar nesta quarta-feira (7), o julgamento sobre a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A votação, no entanto, não deve ser concluída nesta semana, encurtada pelo feriado de Corpus-Christi.
O processo foi pautado em um momento em que o debate sobre o tema avança no Congresso. A Câmara dos Deputados aprovou, na semana passada, um projeto de lei para restringir as demarcações a territórios ocupados antes de 1988 – data da promulgação da Constituição. A proposta seguiu para o Senado.
Ao colocar a ação na pauta, a presidente do STF, Rosa Weber, contrariou a bancada ruralista e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), simpático ao projeto de lei, conforme o Estadão. Deputados e senadores ligados ao agronegócio esperavam dissuadir a Corte de retomar o julgamento.
O Supremo dobrou a aposta e agora está com a bola na mão. O que circula é que a pressão do Congresso não caiu bem entre uma ala do Tribunal, que identificou uma tentativa de encurralar os ministros. Quem acompanha o caso, não descarta que algum magistrado peça vista – mais tempo para análise do caso – e adie novamente a votação, o que na prática daria tempo para acalmar os ânimos entre os Poderes.
Se os ministros decidirem que a tese é inconstitucional, o projeto de lei será colocado em xeque. O PL trata de outros temas, que podem seguir tramitando, mas o trecho sobre o marco temporal precisará ser revisto, segundo especialistas.
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