Silêncio oportuno de Bolsonaro está estimulando arruaças nas rodovias, diz Flávio Dino

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Silêncio oportuno de Bolsonaro está estimulando arruaças nas rodovias, diz Flávio Dino

Segundo o ex-governador, presidente Jair Bolsonaro está estimulando essas manifestações
Crédito: Divulgação

Em entrevista ao Jornal O GLOBO, publicada nesta terça-feira (1), o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), comentou sobre as manifestações de bolsonaristas que bloquearam trechos de diversas rodovias ao redor do país, em protesto ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais, realizado neste domingo (30), quando Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado pelo ex-presidente Lula (PT).

Conforme o ex-governador, o presidente Jair Bolsonaro está estimulando essas manifestações ao se manter em silêncio sobre o resultado das eleições. "É coerente com uma pessoa que tem muita intolerância com as boas práticas democráticas. É o Bolsonaro sendo Bolsonaro. Na verdade, de modo oportunista, com esse silêncio, ele está estimulando essas arruaças nas rodovias. Mais uma vez, Bolsonaro agride o Estado democrático de Direito", disse.

Ainda durante a entrevista, Flávio Dino opinou sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal nas eleições deste ano. Segundo ele, a corporação foi "aparelhada para fins partidários".

"Se você olhar a quantidade de operações que a PRF fez ao longo de 2022 inteiro, vai identificar que ontem houve comportamento fora do padrão (a corporação fez ações voltadas à fiscalização de transporte de passageiros, que prejudicaram a chegada de eleitores em locais de votação). Em relação a esse episódio dos caminhoneiros, temos crimes sendo perpetrados em flagrante, e a PRF está, em muitos casos, apenas acompanhando", disse.

Dino avalia, no entanto, que esses atos não devem se alastrar pelo país. Na noite desta segunda-feira (31), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PRF e as polícias militares dos estados atuem imediatamente para fazer a desobstrução de vias ocupadas pelos apoiadores de Bolsonaro.

"Até agora, são movimentos isolados, mas não significa que não sejam graves. É um desafio concreto para o governo federal e, em última análise, para o Judiciário. Não cabe ao presidente eleito tomar qualquer providência. Cabe ao atual governo aplicar a lei. Vemos internamente e internacionalmente o reconhecimento quanto à legitimidade da eleição. Os bloqueios das rodovias são lamentáveis, mas não parecem sinalizar risco de golpe de Estado, ou seja, de nenhuma virada de mesa no Brasil nesse momento", completou. 

 

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Quarta, 25 Dezembro 2024

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