'Não existe adulteração da minha parte, eu não tomei a vacina', diz Jair Bolsonaro

PolíticaApós operação da PF

'Não existe adulteração da minha parte, eu não tomei a vacina', diz Jair Bolsonaro

O ex-presidente foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta quarta, 3 

Crédito: Divulgação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou nesta quarta-feira (3) que ele e a filha, de 12 anos, não tomaram vacina contra a Covid-19. Bolsonaro também negou que tenha havido adulteração nos cartões de vacinação da família.

O ex-presidente foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (3). A Polícia Federal investiga se Bolsonaro e auxiliares inseriram informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para obter um cartão de vacinação com doses que, na verdade, não foram aplicadas.

A TV Globo apurou que a fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e da filha ocorreu em 21 de dezembro de 2022, pouco antes da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos (no penúltimo dia de mandato). Após o lançamento de dados no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização. Os dados foram retirados do sistema no dia 27 do mesmo mês.

Em entrevista após a operação da PF na casa em que mora em Brasília, Bolsonaro disse que nunca pediram a ele cartão de vacina para "entrar em lugar nenhum".

"Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso", disse.

"O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha [...]. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso", acrescentou o ex-presidente.

Bolsonaro também disse ter ficado "surpreso" com a realização da operação contra ele.

"No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar", prosseguiu.

Adulteração

A TV Globo apurou que a adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente ocorreu em dezembro do ano passado, quando Bolsonaro, derrotado nas eleições, deixou o país com destino aos Estados Unidos.

Segundo apurou a TV Globo, os sistemas do Ministério da Saúde indicaram que duas doses de vacinas contra Covid teriam sido aplicadas em Jair Bolsonaro:

- a primeira, supostamente aplicada em 13 de agosto de 2022 no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ);

- a segunda, supostamente aplicada no dia 14 de outubro, no mesmo estabelecimento de saúde.

Os dados, segundo os investigadores, apenas foram inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações apenas em 21 de dezembro, pelo secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.

Uma semana depois, no dia 27 de dezembro do ano passado, as informações foram excluídas do sistema por Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de "erro".

O que diz Michelle Bolsonaro

Em uma rede social, a ex-primeira-dama, que não é alvo da investigação, afirmou não saber o motivo da operação da PF na casa em que vive com o ex-presidente.

Michelle Bolsonaro afirmou que somente o celular de Jair Bolsonaro foi apreendido e que ficou sabendo "pela imprensa" que o motivo da operação seria "falsificação de cartão de vacina" do ex-presidente e da filha do casal.

"Na minha casa, apenas EU fui vacinada", concluiu Michelle na postagem em uma rede social.

A operação

A operação desta quarta-feira foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito das "milícias digitais" que já tramita na Corte. O magistrado atendeu a um pedido da Polícia Federal.

Na casa do ex-presidente, agentes da PF apreenderam o celular de Bolsonaro.

Os policiais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos de ilegalidades:

- o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;

- o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;

- o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;

- o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;

- o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como:

- infração de medida sanitária preventiva;

- associação criminosa;

- inserção de dados falsos em sistemas de informação;

- corrupção de menores. 

Com informações do G1.

 

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