Alexandre de Moraes diz que campanhas usam novas modalidades de fake news
Presidente do TSE criticou conteúdos em julgamento de remoção de vídeo contra Lula (PT)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, declarou, nesta quinta-feira (13) que o início da campanha eleitoral do segundo turno está sendo marcado por "duas novas modalidades de desinformação". Moraes apontou que a Justiça Eleitoral deve coibir abusos que levem prejuízo aos eleitores.
"A primeira delas é a manipulação de algumas premissas verdadeiras, que junta várias informações verdadeiras que aconteceram chegando a uma conclusão falsa. A segunda delas é a utilização de mídias tradicionais para se plantar fake news e, a partir disso, as campanhas replicam essas fake news, dizendo que "isso é uma notícia" disse.
A afirmação foi feita pelo ministro durante o julgamento de um pedido da campanha do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a remoção de um vídeo publicado no canal bolsonarista "Brasil Paralelo". O material utiliza matérias jornalísticas que associavam Lula a casos de corrupção.
"Não se pode admitir mídia tradicional de aluguel, que faz uma suposta informação jornalística absolutamente fraudulenta para permitir que se replique isso. Esses casos cresceram muito a partir do segundo turno, e devem ser combatidos para garantir a informação de verdade", pontuou.
No julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a matéria divulgada no vídeo atribui escândalos que nunca foram imputados ao candidato. Por isso, ele considerou que o material representava uma "grave desordem informacional".
"Nós estamos diante de um fenômeno novo, o fenômeno da desinformação, que vai além da fake news. O eleitor não está preparado para receber esse tipo de desordem informacional", disse.
Por 4 votos a 3, os ministros do TSE decidiram suspender a veiculação do vídeo sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
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