Ministro do TSE pressionado por Jair Bolsonaro para pedir vista indica que votará em julgamento
A manifestação foi feita após o voto do ministro relator da ação na terça, 27
Pressionado por Jair Bolsonaro (PL) a pedir vista e interromper o julgamento que pode deixar o ex-presidente inelegível, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Raul Araújo sinalizou que deve votar na manhã de quinta-feira (29), na retomada da sessão de análise do caso.
A manifestação foi feita após o voto do ministro relator da ação, Benedito Gonçalves, nesta terça-feira (27). O presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, consultou Araújo se preferia se manifestar naquele momento ou na sessão de quinta.
Citando como justificativa o horário da sessão, o ministro afirmou que "Araújo também cumprimentou o relator Benedito Gonçalves pelo "voto profundo com excelente exame acerca do caso". O ministro e corregedor-geral do TSE se manifestou pela inelegibilidade de Bolsonaro e contra a de Walter Braga Netto, vice na chapa do ex-presidente no pleito de 2022.
Conhecido pelo viés mais tradicionalista em julgamentos e pela proximidade com o campo conservador, Raul Araújo foi pressionado por Bolsonaro a pedir mais tempo para analisar o caso, interrompendo o julgamento com o chamado pedido de vista. O ministro era tido como um dos possíveis votos a favor do ex-presidente.
"O primeiro ministro a votar depois do relator, o ministro Benedito [Gonçalves], é o ministro Raul. Ele é conhecido por ser o jurista de bastante apego à lei. Apesar de estar em um tribunal político eleitoral, há uma possibilidade de pedido de vista. Isso é bom porque ajuda a gente a ir clareando os fatos", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Gaúcha na sexta-feira (23).
Natural de Fortaleza, Raul Araújo é ministro do STJ desde 2010. Nas eleições de 2022, ele deu a decisão que proibiu manifestações políticas de artistas no festival de música Lollapalooza, depois que a cantora Pabllo Vittar levantou uma bandeira do então candidato Lula (PT) durante seu show.
O ministro é bacharel em direito pela Universidade Federal do Ceará e em economia pela Universidade de Fortaleza. Ele exerceu as funções de advogado, promotor e procurador-geral do Estado do Ceará antes de tomar posse como desembargador do Tribunal de Justiça de seu estado, em 2007.
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