Lula tem 59% contra 30% de Bolsonaro em provável 2º turno de 2022

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Lula tem 59% contra 30% de Bolsonaro em provável 2º turno de 2022

O levantamento foi feito em 191 cidades com 3.666 eleitores  

Crédito: Divulgação

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos seus adversários num eventual segundo turno se a eleição presidencial de 2022 fosse hoje, aponta pesquisa do Datafolha realizada de 13 a 16 de dezembro.

O levantamento, encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo, foi feito em 191 cidades com 3.666 eleitores. Sua margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Se o embate é com o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos), que acaba de entrar na corrida, o ex-presidente vence pela menor vantagem na aferição do instituto. Lula teria 57% e Moro, 31%, com 12% dizendo que votariam em branco ou anulariam, e 1% sem saber responder.

Moro é um dos grandes antípodas públicos de Lula. Juiz da Lava Jato, foi responsável por deixar o petista 580 dias na cadeia, mas acabou tendo suas sentenças anuladas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que o julgou parcial no processo.

O principal rival hoje de primeiro turno do petista é o presidente Jair Bolsonaro (PL) -nesta rodada do Datafolha, ele vence o titular do Planalto por 48% a 22%.

Na simulação de segundo turno, Lula bate Bolsonaro por 59% a 30% -dado estável em relação ao aferido na rodada anterior, de 13 a 15 de setembro, quando o placar era 56% a 31%. Votam em branco, nulo ou em ninguém 10%, e 1% diz não saber quem escolheria.

Há nuances regionais que se repetem, como a vantagem enorme de Lula no Nordeste: 72% a 21%. Já nos redutos bolsonaristas sulistas e no Norte/Centro-Oeste, a diferença cai para 53% a 36%, em ambas as regiões.

E Bolsonaro repete sua vitória sobre Lula entre os mais ricos da amostra populacional da pesquisa, que ganham mais de 10 salários mínimos: 53% a 38%. Na via contrária, perde por 67% a 22% para o petista. Os números favorecem o petista: mais ricos são 4% da amostra, e mais pobres, 51%.

E o embate entre os politicamente influentes evangélicos ganha um contorno diferente no segundo turno em relação ao primeiro.

Se lá Lula ganhava com boa vantagem, dada a dispersão dos votos mais conservadores, numa eventual segunda rodada há empate técnico entre ambos (46% para o petista, 44% para o presidente). E Bolsonaro vence os outros adversários na etapa final neste grupo religioso.

Contra o tucano João Doria, confirmado pré-candidato nas prévias do PSDB de novembro, Lula ampliou sua vantagem em relação a setembro. Passou de 55% para 60%, enquanto o governador paulista oscilou negativamente de 23% para 20%. Dizem votar em branco, nulo ou ninguém, 19%, e 1% não sabe.

O resultado é ruim para o tucano no estado em que governa, que foi analisado em amostra ampliada nesta pesquisa: 52% a 24% para o petista. Ele empata tecnicamente, no geral, com Lula apenas entre os mais ricos (37% a 36% para o ex-presidente).

Se o embate é com seu ex-ministro Ciro Gomes (PDT), Lula vence por 56% a 26% -superando seus números de três meses atrás, quando derrotava o ex-governador cearense por 51% a 29%. Neste caso, 16% anulariam ou votariam em branco, com 1% de pessoas dizendo não saber o que fazer.

Ciro tem uma derrota menos fragorosa não no Nordeste em que fez carreira política, mas no Sudeste (52% a 28%) onde nasceu (ele é de Pindamonhangaba, São Paulo).

Bolsonaro, por sua vez, perde de todos os adversários. Além de Lula, Ciro o bateria por 53% a 32% e Doria, por 46% a 34%, números semelhantes aos da rodada anterior. Nesses dois embates, a taxa de branco/nulo seria de 14% e 19%, respectivamente, e os mesmos 1% de "não sei".

Num hipotético encontro entre o presidente e seu ex-ministro da Justiça, Moro levaria a melhor por 48% a 30%, e uma taxa de 21% de nulos e brancos, além do 1% que diz não saber.

Como no caso do ex-chefe de Moro, os mais ricos preferem o ex-juiz ao petista. Votam nele num segundo turno 55%, contra 33% do petista. Repetindo Bolsonaro, a equação se inverte na outra ponta: 66% a 23% para Lula entre os mais pobres (até 2 mínimos).

Na configuração atual, que por óbvio não conta com a dinâmica da campanha em campo que será vista a partir de meados do ano que vem, Lula caminharia para uma vitória em primeiro turno.

Para tanto, tem jogado o mais parado que pode, publicamente. A ideia de matar a fatura no primeiro turno, talvez incluindo em sua vaga de vice Geraldo Alckmin (ex-PSDB), tem rondado o comando petista, mas todos sabem que a partida de fato só começa a partir das definições de quadro para o segundo semestre de 2022.

De todo modo, salvo intercorrências ou uma mudança brusca no cenário, Lula é figura garantida no segundo turno.

 

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