Lula demite comandante do Exército e nomeia novo general para cargo
O substituto é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu no sábado (21) o general Júlio César de Arruda do cargo de comandante do Exército.
O substituto é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que era comandante militar do Sudeste desde 2021. A troca foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União".
O nome do general foi anunciado oficialmente pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, após reunião com Lula na tarde de sábado (21).
"Evidentemente que depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos e a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente no Comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança e nós achávamos que nós precisávamos estancar isso logo de início até pra que nós pudéssemos superar esse episódio", disse o ministro, ao lado do novo comandante, em declaração à imprensa no início da noite.
Já o presidente Lula usou as suas redes sociais para desejar um bom trabalho ao novo chefe do Exército. "Hoje, junto com o ministro da Defesa, José Múcio, conversei com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, o novo comandante do Exército. Desejo um bom trabalho ao general", escreveu Lula.
Antes de ser demitido, Júlio César Arruda havia participado na sexta-feira (20) de uma reunião, no Palácio do Planalto, com Lula, Múcio e os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
Foi a primeira reunião do presidente com os comandantes das Forças Armadas depois de Lula defender punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Após o encontro, o ministro da Defesa havia falado em "virar a página" dos atos golpistas e disse também não ver envolvimento "direto" das Forças Armadas nos ataques em Brasília. Na ocasião, Múcio afirmou também que os comandantes concordavam com a tomada de providências contra os militares eventualmente envolvidos nos atos.
Transição
Júlio César de Arruda havia assumido interinamente o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro.
Foi um acerto com a equipe de transição de Lula com a gestão anterior para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo.
Arruda foi confirmado no cargo pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro deste ano.
No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Houve depredação e roubos no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e no Congresso Nacional.
Em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, na última quarta-feira (18), Lula disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falharam e não o alertaram da possibilidade de ataques golpistas.
Além da crítica, Lula disse na entrevista que era necessário "não politizar" as instituições militares.
Tomás Miguel Ribeiro Paiva
Nascido na cidade de São Paulo, Tomás Miguel Ribeiro Paiva iniciou a carreira militar em 1975, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP).
Atuou em misssão do Exército no Haiti e foi Comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de janeiro (RJ), em 2012. Também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
O general também chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba (PR).
Em seu currúculo, Ribeiro Paiva também tem passagens como subalterno e comandante de companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria (RS), no 26° Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro (RJ), e no 33° Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cascavel (PR).
Também foi instrutor do Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, Subcomandante da Companhia de Precursores Paraquedista, Ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
Em 2019, Ribeiro Paiva assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar. Na época, passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército.
Júlio César de Arruda
O general Júlio César de Arruda tem 63 anos e entrou no Exército no ano de 1975. Ele foi chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército por 3 anos, até ser cotado para ser o comandante da Força.
Com mais de 45 anos de experiência militar, ele já comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, foi diretor da Escola de Administração do Exército, do Colégio Militar de Salvador e comandou a Academia Militar das Agulhas Negras.
Nascido em Cuiabá, Júlio César entrou aos 16 anos na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Dois anos depois, se formou e ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras.
Em 1981 se tornou Aspirante a Oficial da Arma de Engenharia. Durante a vida militar, serviu unidades em Itajubá (MG), Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília.
Quando se tornou tenente-coronel, foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, no biênio 2005-2006.
O substituto é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que era comandante militar do Sudeste desde 2021. A troca foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União".
O nome do general foi anunciado oficialmente pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, após reunião com Lula na tarde de sábado (21).
"Evidentemente que depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos e a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente no Comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança e nós achávamos que nós precisávamos estancar isso logo de início até pra que nós pudéssemos superar esse episódio", disse o ministro, ao lado do novo comandante, em declaração à imprensa no início da noite.
Já o presidente Lula usou as suas redes sociais para desejar um bom trabalho ao novo chefe do Exército. "Hoje, junto com o ministro da Defesa, José Múcio, conversei com o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, o novo comandante do Exército. Desejo um bom trabalho ao general", escreveu Lula.
Antes de ser demitido, Júlio César Arruda havia participado na sexta-feira (20) de uma reunião, no Palácio do Planalto, com Lula, Múcio e os comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
Foi a primeira reunião do presidente com os comandantes das Forças Armadas depois de Lula defender punição para militares envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Após o encontro, o ministro da Defesa havia falado em "virar a página" dos atos golpistas e disse também não ver envolvimento "direto" das Forças Armadas nos ataques em Brasília. Na ocasião, Múcio afirmou também que os comandantes concordavam com a tomada de providências contra os militares eventualmente envolvidos nos atos.
Transição
Júlio César de Arruda havia assumido interinamente o comando do Exército em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro.
Foi um acerto com a equipe de transição de Lula com a gestão anterior para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo.
Arruda foi confirmado no cargo pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro deste ano.
No dia 8 de janeiro, bolsonaristas radicais invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Houve depredação e roubos no Palácio do Planalto, no Supremo Tribunal Federal e no Congresso Nacional.
Em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, na última quarta-feira (18), Lula disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) falharam e não o alertaram da possibilidade de ataques golpistas.
Além da crítica, Lula disse na entrevista que era necessário "não politizar" as instituições militares.
Tomás Miguel Ribeiro Paiva
Nascido na cidade de São Paulo, Tomás Miguel Ribeiro Paiva iniciou a carreira militar em 1975, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP).
Atuou em misssão do Exército no Haiti e foi Comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de janeiro (RJ), em 2012. Também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
O general também chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba (PR).
Em seu currúculo, Ribeiro Paiva também tem passagens como subalterno e comandante de companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria (RS), no 26° Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro (RJ), e no 33° Batalhão de Infantaria Motorizado, em Cascavel (PR).
Também foi instrutor do Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras, Subcomandante da Companhia de Precursores Paraquedista, Ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador.
Em 2019, Ribeiro Paiva assumiu o posto de general de Exército, o mais alto da carreira militar. Na época, passou a integrar o Alto Comando do Exército, órgão colegiado onde são discutidos temas da Política Militar Terrestre e assuntos de interesse do comandante do Exército.
Júlio César de Arruda
O general Júlio César de Arruda tem 63 anos e entrou no Exército no ano de 1975. Ele foi chefe do Departamento de Engenharia e Construção do Exército por 3 anos, até ser cotado para ser o comandante da Força.
Com mais de 45 anos de experiência militar, ele já comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, foi diretor da Escola de Administração do Exército, do Colégio Militar de Salvador e comandou a Academia Militar das Agulhas Negras.
Nascido em Cuiabá, Júlio César entrou aos 16 anos na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). Dois anos depois, se formou e ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras.
Em 1981 se tornou Aspirante a Oficial da Arma de Engenharia. Durante a vida militar, serviu unidades em Itajubá (MG), Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília.
Quando se tornou tenente-coronel, foi assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e comandou o 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, no biênio 2005-2006.
No exterior, foi Observador Militar da Segunda Missão de Verificação das Nações Unidas (Univem II), em Angola, em 1994 e Assessor da Cooperação Militar Brasileira no Paraguai, no biênio 2002-2003. Realizou o Curso de Contraterrorismo e Cooperação Interagências na Universidade Nacional de Defesa, nos Estados Unidos e o Curso Intensivo de Inglês no Canadá.
Com informações do G1.
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