Jornalista questiona imóveis e Bolsonaro ataca: 'seu marido vota em mim'

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Jornalista questiona imóveis e Bolsonaro ataca: 'seu marido vota em mim'

Bolsonaro chamou de leviana pergunta da Jovem Pan sobre rachadinha, fantasmas e dinheiro vivo 

Crédito: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou nesta terça-feira (6) como "leviana" pergunta feita pela Jovem Pan sobre o caso da "rachadinha" no gabinete de um seus filhos e sobre o fato de ter mantido uma funcionária fantasma quando era deputado federal.

Da mesma forma, o mandatário criticou a reportagem do UOL que apontou que, desde 1990, ele, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, 51 dos quais adquiridos total ou parcialmente com dinheiro vivo. "Covardia que fazem com familiares meus", queixou-se em entrevista à emissora.

O presidente também atacou a jornalista Amanda Klein, que fez uma pergunta sobre suspeitas que pairam contra a família presidencial, como o caso da "rachadinha" e a compra de imóveis por seus parentes em dinheiro vivo.

No questionamento, ela também citou compras de imóveis de Flávio Bolsonaro, o pedido de investigação da Polícia Federal sobre compra de imóvel por uma ex-mulher do mandatário e o fato de ter mantido funcionária fantasma em seu gabinete quando era deputado.

Além disso, ela esclareceu que o voto impresso foi rejeitado pelo Congresso, não pelo Judiciário, e que o delegado do inquérito sobre invasão hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já afirmou que não há indícios de que o resultado de alguma eleição tenha sido fraudada.

"Amanda, você é casada com uma pessoa que vota em mim. Eu não sei como está teu convívio na tua casa com ele. Mas não tenho nada a ver com isso", disse.

Ela respondeu que sua vida particular não estava em pauta, mas sim a de Bolsonaro, por se tratar do presidente da República.

Bolsonaro, então, rebateu: "Amanda, respeitosamente, essa acusação tua é leviana, é leviana, tá?", disse. Depois, voltou a criticar o questionamento. "Que fantasma meu, Amanda? Que acusação leviana é essa?", disse.

Depois, respondeu que não tem mais contato com suas ex-mulheres e que a investigação contra Flávio Bolsonaro foi arquivada.

"Flávio comprou 12 imóveis na planta, você paga aquela mixaria por mês, alguns meses depois ele vendeu. A vida dele foi revirada completamente pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e não chegaram a conclusão nenhuma", afirmou.

O presidente disse que o termo escrito em compra e venda de imóveis de sua família "em moeda corrente nacional" não quer dizer que envolveu dinheiro em espécie. E voltou a falar do marido da jornalista ao afirmar que ele também pode ter registrado em seu nome compra de imóveis com a mesma expressão.

O presidente disse ter medo de ser determinada operação de busca e apreensão na casa de seus familiares com a intenção de colar nele a pecha de corrupto.

"Fica por isso mesmo? 'Ah, o cara é corrupto?' O que eu posso fazer a 30 dias da eleição? Só falta fazer busca e apreensão em casa de parente meu no Vale do Ribeira. E acho que tenho quase certeza que vão fazer para ficar aquilo 'ó família de corrupto", disse.

O chefe do Executivo também criticou a reportagem da Folha de 2018 sobre o fato de ter mantido uma funcionária fantasma em seu gabinete quando era deputado federal.

"Fizeram comigo por ocasião das eleições no passado também, a tal da Wal do açaí, 'Ah, uma funcionária fantasma em Angra dos Reis'. No dia que foi flagrada pela Folha numa meia água de açaí, ela estava de férias, segundo boletim administrativo da Câmara dos Deputados e fica por isso mesmo. O tempo todo 'a Wal', a Wal', a Wal', que ganhava um salário mínimo mais auxílio alimentação", disse.

Como mostrou a Folha, a servidora trabalhava em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis.

Segundo moradores da região, Wal, como é conhecida, também prestava serviços particulares na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade um comércio, chamado "Wal Açaí".

Walderice Santos da Conceição, 49, figurava desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete parlamentar de Bolsonaro, em Brasília, recebendo atualmente salário bruto de R$ 1.351,46.

Segundo moradores da região, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro para Bolsonaro.

Os registros oficiais da Câmara dos Deputados mostram que a secretária parlamentar de Bolsonaro passou nesses 15 anos por uma intensa mudança de cargos no gabinete, foram mais de 30.

O presidente também defendeu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro de que mantinha um esquema de arrecadação de parte dos salários de seus funcionários quando era deputado estadual, prática chamada de "rachadinha". 

 

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Domingo, 29 Dezembro 2024

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