Doria já foi avisado que não será candidato, diz Paulinho da Força
O ex-governador paulista, no entanto, manteve até agora a candidatura
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ao presidente do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força, que João Doria (PSDB-SP) já foi avisado que não será candidato a presidente da República.
Os dois estiveram juntos na segunda-feira (18), em uma reunião em que também estava presente o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB-RS).
Paulinho confirmou o teor da conversa à Folha de S.Paulo. "É verdade. Eles me falaram que já avisaram o Doria que ele não será candidato a presidente da República", disse o parlamentar.
Segundo ainda Paulinho, Aécio afirmou que esse era "o único jeito de salvar a candidatura" do tucano Rodrigo Garcia (PSDB-SP) ao governo de São Paulo.
De acordo com o Datafolha, dois em cada três (66%) paulistas com 16 anos ou mais não votariam de jeito nenhum em um candidato ao governo estadual apoiado por João Doria, e apenas 8% optariam com certeza por esse nome. Há ainda 23% que talvez escolhessem um candidato que tivesse o apoio do tucano, e 3% que não opinaram ou responderam de outra forma.
Doria não foi encontrado pela coluna para comentar a revelação de Paulinho da Força.
Em novembro de 2011, o ex-governador de SP venceu as prévias do PSDB para ser indicado candidato à Presidência da República. Desde então, ele vem sendo bombardeado por seus adversários no partido, liderados por Aécio Neves.
O grupo defendia que Eduardo Leite era um nome mais palatável para a disputa e teria mais chances de vencer as eleições presidenciais.
O ex-governador paulista, no entanto, manteve até agora a candidatura, numa queda de braço com os correligionários que se opõem a ele.
Até mesmo o presidente do PSDB, Bruno Araújo, tem investido contra Doria.
Como a coluna revelou, Araújo afirmou a empresários reunidos pelo grupo Esfera em SP que na semana passada que o pacto do partido com a terceira via era maior do que as prévias da legenda, vencidas por Doria.
Por esse acordo, Cidadania, União Brasil, MDB e PSDB vão definir um candidato único para disputar a sucessão de Jair Bolsonaro.
Bruno Araújo afirmou que, caso o escolhido não seja Doria, ele teria que abrir mão da candidatura, no que foi lido pelos próprios empresários presentes ao encontro como uma fritura do tucano a céu aberto.
Em outro movimento, Aécio declarou em entrevista a Tales Faria, no UOL, que o comando nacional do partido decidiu priorizar a eleição de Garcia para governador. E para isso o PSDB teria que abrir mão de ter candidato a presidente.
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