Após a derrota em 2022, seguida da inelegibilidade, mais um revés do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem preocupado o PL.

De acordo com informações da coluna de Bela Megale, no jornal O Globo, integrantes da sigla têm percebido uma debandada de lideranças políticas experientes em direção ao centro e um distanciamento do bolsonarismo.

Segundo a publicação, tal movimento acendeu o "alerta vermelho" no partido sobre as eleições municipais de 2024.

Um dos incidentes que embasam a avaliação é referente ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que tenta se colocar como candidato de direita apoiado pelo PL, mas mantém uma "distância calculada" de Bolsonaro.

Conforme a publicação, Nunes esteve em um almoço com empresários com a presença do ex-presidente na quarta-feira (26), mas afirmou "não ter proximidade" com o ex-mandatário. Segundo integrantes do PL, pesquisas contratadas pelo prefeito dão conta de que ele pode perder votos, caso receba apoio formal de Bolsonaro. Vale destacar que em 2022 ele foi desbancado por Lula na capital paulista.

Outro indício da rejeição do ex-ocupante do Palácio do Planalto observado pelo PL é o comportamento do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que se filiou à sigla recentemente, mas, ao abordar a possível candidatura à Prefeitura de João Pessoa, explora mais sua experiência como médico do que como político aliado de Bolsonaro.

Quem também tem sido observado pelo partido é o senador e ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que publicamente diz ser contra a entrada do PP no governo Lula, mas deu aval para que líderes de seu partido negociem com o petista.

Outro político graúdo do Centrão analisado pelo PL é o presidente do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, que tem feito críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças do partido também negociam adesão ao governo Lula.

Segundo a coluna, uma ala pragmática do PL avalia que a rejeição de Jair Bolsonaro cresceu com a inelegibilidade e as investigações policiais envolvendo o ex-presidente. A legenda, entretanto, ainda não tem uma pesquisa que confirme essa avaliação. A principal preocupação agora é o peso negativo do ex-presidente nas capitais e no Nordeste em 2024.