Após descolar imagem de Jair Bolsonaro, Mauro Cid pode se livrar de prisão
Mudança de postura ocorreu a partir de costuras feitas pelo pai dele com o comando do Exército
Depois que acordou fazer delação premiada para contar o que viu e fez nos tempos em que esteve ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro César Cid se aproximou sensivelmente da atual cúpula do Exército.
A mudança de postura, acompanhada da decisão de ir adiante com a delação, ocorreu a partir de costuras feitas pelo pai dele, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, com o comando do Exército, também arrastado para o centro do escândalo.
Contudo, a ressalva é que Lourena Cid é benquisto entre seus pares do generalato e, ao perceber que o filho e ele próprio estavam em perigo, entendeu que a melhor opção era descolar a iamgem do bolsonarismo, recorrer ao código de honra da farda e acionar o pedido de socorro, conforme o Metrópoles.
A busca por advogados não-alinhados ao estado-maior bolsonarista foi a primeira medida da estratégia. Mas não parou aí. Se, até recentemente, era o staff do próprio Jair Bolsonaro que fazia contatos para falar em favor de Cid no circuito que importa em Brasília, agora são oficiais do próprio Exército que cumprem essa tarefa, nos bastidores — e em nome da corporação.
Desde então, todo contato com o ex-mandatário do país foi cortado, não apenas porque o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, os proibiu, mas porque Bolsonaro, conforme pessoas próximas, está bastante ressentindo com a decisão adotada por pai e filho.
Ainda que discreta, a aproximação do clã Cid de um comando do Exército que agora é mais alinhado ao presidente Lula (PT) e está menos exposto à influência de Bolsonaro, pode render dividendos que vão além dos benefícios legais previstos no acordo de delação.
Entre os próprios oficiais, segundo a coluna de Rodrigo Rangel, há quem acredite que o ex-ajudante de ordens, enrolado em diversas frentes, pode se livrar não apenas da cadeia, mas também do risco de perder a farda no futuro próximo — algo que, até recentemente, estava mais do que precificado.
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