Noemy Damasceno conseguiu superar o preconceito depois que passou a fazer sessões de fotos e postá-las nas redes sociais
02/01/2019 Ã s 02:02h
Após passar a infância sendo vítima de ataques racistas, a estudante baiana Noemy Damasceno, que tem 12 anos, conta que conseguiu superar o preconceito depois que passou a fazer sessões de fotos e postá-las nas redes sociais.
Noemy hoje tem quase 25 mil seguidores no Instagram. Entre as mensagens que recebe, a maior parte é de meninas que se inspiram nela para também usar os cabelos crespos e cacheados ao natural. “Fico muito contente por também ser uma referência para outras meninas como eu. Sempre espero que elas possam se reconhecer e ver que elas podem ser o que elas querem ser também”, diz Noemy.
A menina conta que os ataques que sofria na infância eram velados: um apelido por conta da cor da pele ou uma “brincadeira” por conta do cabelo. “Eu sofria, mas não percebia o motivo, por causa da minha idade. Aos poucos fui notando que estava sempre sozinha e percebendo que isso se devia ao racismo. Até que uma colega disse que a minha raça não prestava. Foi nesse momento que eu percebi”, disse.
Para evitar o preconceito, Noemy conta que fez o que a maioria das meninas que passam por isso faz: o alisamento. “Antes eu escovava o cabelo. Isso era praticamente todos os dias. Se saísse um cacho da cabeça, a gente voltava para o salão”, lembrou ela.
Nos poucos momentos em que usava o cabelo natural, a estudante conta que os cachos estavam sempre molhados, para não fazer volume. Isso chegou a causar queda de cabelo em Noemy. “Quando usava molhado, era sempre com muito creme para ele não subir. Aí chegou um dia em que eu e minha mãe percebemos que meu cabelo tinha caído bastante. Com a ajuda dela e outros cabelereiros, eu fui restaurando ele e parei de molhar tanto quando antes. Aí eu comecei a usar natural”.
A adolescente conta que o início da superação começou com ajuda da mãe dela, que a ajudou a enxergar a beleza nos cabelos cacheados.