Cerca de 4.2 milhões de jovens e idosos estão endividados na Bahia
Economista aponta inflação e empréstimos como principal causa
O número de jovens de até 25 anos e idosos a partir dos 60 endividados na Bahia chegou a 4.173.874. Esse dado é referente a registros até maio, e faz parte de um levantamento da Serasa – que analisa informações para decisões de crédito. Com relação aos números coletados no mesmo período de 2021, o aumento foi de 6,5%.
Ao todo, o Brasil tem 66,6 milhões de inadimplentes, o maior número desde o início da pesquisa da Serasa. Até então, o pico de endividamento no país havia sido em abril de 2020, com 65,9 milhões de devedores.
De acordo com o economista Edval Landulpho, além das dificuldades geradas pela pandemia, a principal causa do aumento do número de inadimplentes é a inflação, que chegou a 12,13% no acumulado dos últimos 12 meses.
"O que chama atenção é, justamente, a perda da renda. Principalmente no grupo dos mais jovens. Essas mudanças que ocorreram na Legislação Trabalhista impactou bastante a renda desse grupo. Já os idosos, justamente pela facilidade dos créditos consignados".
Os empréstimos consignados ocupam, hoje, a maior parte da renda do aposentado Antônio Pereira de Jesus, que trabalhou por 30 anos como mecânico industrial. Ele, que tinha uma renda de R$ 4.200, hoje recebe apenas R$ 1.800 e já não consegue arcar com as despesas familiares.
Os problemas financeiros do idoso começaram quando ele teve o auxílio doença cortado, e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou que ele devolvesse todo o dinheiro do benefício que era pago junto com a aposentadoria.
Para conseguir quitar as despesas, Antônio precisou pegar 10 empréstimos consignados, e atualmente arca uma dívida que ultrapassa os 40 mil reais.
"Em 2018, devido a um benefício que eu recebia, o INSS achou que eu recebia indevido. Começou a descontar, do meu salário [aposentadoria], 35%. Aí eu tive que recorrer ao consignado, para poder me manter, comprar o remédio de minha esposa".
O endividamento também ocorre por outra via: o descontrole financeiro. O jovem aprendiz Natan Souza, de 23 anos, mal começou no mercado de trabalho e já se enroscou com dívidas no cartão de crédito.
"Acumulando coisa no cartão, infelizmente. É isso que dá, não é? Jovem, não aguenta ver cartão, é a primeira vez que passa o limite, então vamos gastar. Aí quando chega, acumula tudo", descreveu ele.
O economista explica que a principal saída para se livrar das dívidas e reaver o poder de compra é organização financeira. "A dica é organização financeira, é orçamento financeiro. É relacionar os sonhos, vê a renda líquida e entender que aqueles gastos iniciais têm que ser bem menores do que o que a pessoa que o que a pessoa ganha", pontuou Edval.
No caso de Antônio, reorganizar as despesas passa também pela Justiça. Ele entrou com uma ação pra poder recuperar o que vem sendo descontado da aposentadoria todo mês. O aposentado já venceu em duas instâncias, mas o INSS recorreu do processo.
Ao todo, o Brasil tem 66,6 milhões de inadimplentes, o maior número desde o início da pesquisa da Serasa. Até então, o pico de endividamento no país havia sido em abril de 2020, com 65,9 milhões de devedores.
De acordo com o economista Edval Landulpho, além das dificuldades geradas pela pandemia, a principal causa do aumento do número de inadimplentes é a inflação, que chegou a 12,13% no acumulado dos últimos 12 meses.
"O que chama atenção é, justamente, a perda da renda. Principalmente no grupo dos mais jovens. Essas mudanças que ocorreram na Legislação Trabalhista impactou bastante a renda desse grupo. Já os idosos, justamente pela facilidade dos créditos consignados".
Os empréstimos consignados ocupam, hoje, a maior parte da renda do aposentado Antônio Pereira de Jesus, que trabalhou por 30 anos como mecânico industrial. Ele, que tinha uma renda de R$ 4.200, hoje recebe apenas R$ 1.800 e já não consegue arcar com as despesas familiares.
Os problemas financeiros do idoso começaram quando ele teve o auxílio doença cortado, e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou que ele devolvesse todo o dinheiro do benefício que era pago junto com a aposentadoria.
Para conseguir quitar as despesas, Antônio precisou pegar 10 empréstimos consignados, e atualmente arca uma dívida que ultrapassa os 40 mil reais.
"Em 2018, devido a um benefício que eu recebia, o INSS achou que eu recebia indevido. Começou a descontar, do meu salário [aposentadoria], 35%. Aí eu tive que recorrer ao consignado, para poder me manter, comprar o remédio de minha esposa".
O endividamento também ocorre por outra via: o descontrole financeiro. O jovem aprendiz Natan Souza, de 23 anos, mal começou no mercado de trabalho e já se enroscou com dívidas no cartão de crédito.
"Acumulando coisa no cartão, infelizmente. É isso que dá, não é? Jovem, não aguenta ver cartão, é a primeira vez que passa o limite, então vamos gastar. Aí quando chega, acumula tudo", descreveu ele.
O economista explica que a principal saída para se livrar das dívidas e reaver o poder de compra é organização financeira. "A dica é organização financeira, é orçamento financeiro. É relacionar os sonhos, vê a renda líquida e entender que aqueles gastos iniciais têm que ser bem menores do que o que a pessoa que o que a pessoa ganha", pontuou Edval.
No caso de Antônio, reorganizar as despesas passa também pela Justiça. Ele entrou com uma ação pra poder recuperar o que vem sendo descontado da aposentadoria todo mês. O aposentado já venceu em duas instâncias, mas o INSS recorreu do processo.
Enquanto a decisão final não sai, o aposentado vai perdendo o sono e cada vez mais abrindo mão do que gosta. "Hoje eu tenho uma vida bem inferior – porque eu tinha uma vida muito boa. Aí a situação, cada dia que passa, é pior", lamentou ele.
Com informações do G1 BA.
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