SEMMAM teme que águas do Rio Jacuípe também estejam contaminadas com vibrião da cólera
O Jacuípe é um importante afluente que desemboca no Paraguaçu e passa por 36 municípios
Após a Lagoa do Geladinho, localizada no Parque Radialista Erivaldo Cerqueira, em Feira de Santana, ter sido interditada depois que a bactéria causadora da cólera foi detectada na água, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM) teme que o Rio Jacuípe também tenha sido atingido. O Jacuípe é um importante afluente que desemboca no Paraguaçu e passa por 36 municípios, além de Feira de Santana e, caso tenha presença da bactéria causadora da Cólera, representa uma grave crise ambiental/sanitária para as regiões.
João Dias, chefe da Divisão de Educação Ambiental da SEMMAM, diz que aguarda o resultado de análises das águas do Jacuípe, por também está interligado à lagoa. "A Cólera já estava extinta no Brasil há muitos anos e os países mais ricos até pararam de desenvolver estudos sobre ela. Iremos capturar alguns peixes e enviar para o Laboratório Central de Saúde (LACEN), ver se os peixes estão contaminados. O Centro de Zoonose ficou na responsabilidade de coletar aves silvestres para análise.
Coletamos água do Riacho do Geladinho, porque a lagoa sai do riacho que liga ao córrego Cipriano Barbosa e também está ligado ao Rio Jacuípe. Estamos aguardando os resultados para saber se também tem cólera no riacho e no rio. Iremos analisar a água do Rio Jacuípe na Fonte e depois adotar as providências", conta.
Após o teste das águas da lagoa do Geladinho ter sido feito no LACEN ter detectado o vibrião colérico, um comitê de investigação foi criado. "Enviamos também amostras para Fiocruz que ainda não liberou o resultado. O Parque foi fechado total e, logo em seguida, foi criado um comitê que está na fase de investigação, onde fazem parte o prof. Doutor Eddy José Oliveira, microbiologista da UEFS e a profª. doutora Ilda Ribeiro, química analítica de água da UFRB.
Tem também os profissionais de saúde, tanto do governo do Estado, que colocou à disposição, quanto do município. Todos estão trabalhando juntos no processo de investigação para saber de onde veio a contaminação. Já sabemos que da nascente não foi, porque o material mandado para o Lacen provou que a contaminação está dentro da lagoa", diz.
Solução
De acordo com o biólogo Marcos Melo, existe uma maneira de despoluir a lagoa sem agredir a fauna local. "Através de bactérias não patológicas que degradam a camada orgânica da lagoa e melhora a oxigenação. Sabemos que Vibrio cholerae responde negativamente ao oxigênio, melhorando o oxigênio do lago, o vibrio irá sucumbir. Entre 30 a 90 dias já começamos a ter resultados, pois a oxigenação da lagoa é muito importante porque o vibrio cholerae é anaeróbico e responde negativamente ao oxigênio", detalha.
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