Sem condições de trabalhar, dona de casa pede ajuda para manter 5 filhos e 2 netos
Moradora da Conceição precisou deixar trabalho após morte da filha de 21 anos e passa dificuldades.
Há dois meses, a dona de casa Maria do Amparo Santos da Silva viu a rotina virar de ponta a cabeça, após a morte da filha mais velha, de 21 anos. Moradora do bairro Conceição, ela cuida atualmente de 7 crianças, a maioria pequenas, sendo cinco filhos e duas netas, uma delas com microcefalia.
Em entrevista ao Folha do Estado, nesta quarta-feira (6), Maria do Amparo falou com pesar sobre as dificuldades que vem enfrentando para cuidar das crianças, sobretudo Ana Luiza, que sofre com a microcefalia. "Ela não anda, não fala, tem horas que fica nervosa e não dorme a noite toda", relatou.
Segundo a dona de casa, antes da filha mais velha falecer, ela trabalhava em um hortifruti durante todo o dia, enquanto a jovem cuidava dos dois filhos pequenos e os cinco irmãos. Porém, após a perda, ela precisou deixar tudo para ficar com as crianças e passou a sobreviver apenas com os R$ 600 que recebe do Bolsa Família.
"Tenho 7 crianças, duas são netas, da minha filha que faleceu, e ficaram comigo, estou criando, e o restantes são meus filhos. Tem uma que é especial, Ana Luiza, ela tem microcefalia, não anda, não fala e tem horas que está muito agitada, não dorme a noite toda. (…) Ela morava na Mangabeira e vinha para cá tomar conta, mas teve uma dor de cabeça e morreu em casa, isso tem dois meses. Minha vida de lá para cá, estou entregando a Deus. É uma dor a gente perder um filho, e estou ainda nesta casa não é pela minha vontade, mas não tenho para onde ir", relatou.
Com o valor que recebe do Bolsa Família, a dona de casa tenta pagar o aluguel de R$ 300, que está atrasado, e o que sobra não dá para cobrir as demais despesas de água, luz e alimentação. De acordo com ela, algumas pessoas da comunidade realizam doações de alimentos. Mas, nesta quarta-feira (6), não havia praticamente nada na geladeira.
"Eu levanto 5h e levo o dia todo sem dormir, vou lavar pratos, limpar a casa, cuidar delas, dar banho e mandar para escola. Uma irmã da igreja me doou um frango e uma carne, que já aprontei para as crianças, e o que tem agora na geladeira só são ovos, comida fresca não, e meio-dia vou aprontar pra elas comerem.
Sem conta bancária ou mesmo telefone para ligações, a dona de casa pede ajuda da comunidade para conseguir manter as crianças e tentar sair da situação em que se encontra. "Meu sonho mesmo era ter uma casa própria, sair do aluguel", revelou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Desenvolvimento Social informou que vai enviar uma equipe ainda nesta quarta-feira (6) para averiguar a situação e dar entrada nos trâmites do aluguel social, dentre outras providências.
No entanto, pessoas da comunidade feirense que também desejarem colaborar com doações de roupas, calçados, alimentos e itens de higiene pessoal podem se dirigir ao endereço da família, localizada à Rua Catumirim, número 40, no bairro Conceição.
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