SAMU reforça prevenção para evitar acidentes com crianças
As crianças são as maiores vítimas de incidentes domésticos
Após a morte por afogamento de uma criança de 1 ano na piscina de uma residência no bairro do Tomba, em Feira de Santana, no último sábado (24), muito se potencializou no município o debate sobre acidentes domésticos, principalmente, com crianças. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que, por ano, ocorrem 200 mil acidentes domésticos envolvendo crianças, como queimaduras, quedas e afogamentos. E, nas férias escolares, este número aumenta em 25%, uma vez que a criançada permanece mais tempo dentro de casa.
Com a chegada do verão, de acordo com Vera Lúcia Galindo, coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), aumenta a possibilidade de ocorrências provocadas em períodos mais quentes do ano, principalmente, envolvendo situações com água. De acordo com a especialista, as crianças são as maiores vítimas deste tipo de incidente."Existe uma preocupação muito séria, principalmente com crianças. Por causa do calor, tem também aumento de acidentes, como crianças que sofrem afogamento em piscinas e até em baldes e bacias. A criança na primeira infância a cabeça é um pouco mais pesada que o corpo, não consegue se equilibrar, cai com a cabeça na água e sofre afogamento. Quanto mais atento os responsáveis, melhor", recomenda.Ela alerta também que na época mais quente do ano, é normal que pessoas molhadas circulem em pisos lisos e sofram quedas. "É comum em casas de praias ou áreas molhadas, até mesmo crianças que jogam água e sabão para brincar. Temos vários casos de quedas assim com traumatismo craniano, é preciso ter muito cuidado", aconselha.
De acordo com Ministério Público, quedas, sufocamentos, queimaduras, afogamentos e intoxicações que ocorrem acidentalmente dentro de casa são as principais causas de morte infantil no Brasil na faixa etária entre 0 e 14 anos. De acordo com dados do DataSUS, o país registrou 1.616 óbitos de crianças por acidentes domésticos entre os anos de 2020 a 2021.
De acordo com a análise dos dados do Datasus/ONG Criança e também do levantamento realizado pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), somente em 2021, foram registrados cerca de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, causadas por acidentes.
Os números revelam crescimento de 5,3% no total de casos de internações entre a faixa etária de 1 a 14 anos em relação a 2020 e traz como as principais razões as quedas, responsáveis por 44% dos acidentes; as queimaduras, com 19% das ocorrências; e as intoxicações, que chegaram a atingir 5% do universo avaliado. As pesquisas apontam que 3.165 meninos e meninas morreram, em 2019, e outras 105 mil crianças foram hospitalizadas, em 2020, por causas acidentais. Em comparação aos anos anteriores, houve redução de 4,6% nos óbitos e 7% nas internações.
Especialistas ressaltam que 90% dos acidentes poderiam ser evitados por meio de ações comprovadas de prevenção, como dicas simples aos pais, familiares e responsáveis para tornar o ambiente doméstico mais seguro, promovendo a cultura do cuidado de qualidade e com aumento e vigilância.
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