Populares capturam jiboia de quase três metros; UEFS recebe animal
Dois corajosos personagens resolveram capturar o réptil
Era terça-feira, 11 de janeiro, quando moradores do bairro Asa Branca, em Feira de Santana foram surpreendidos por uma visita inusitada: uma serpente da espécie jiboia (boa constrictor), com aproximadamente 3 metros tentava sair de uma região de matagal para uma pista, cena que logo percebida, reuniu populares, até que dois corajosos personagens resolveram capturar o réptil.
A cena foi simples. Um homem pilotava uma moto e outro, após conter o animal, foi como passageiro. O destino final: levar a jiboia até o Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia (LAPH) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Moradora antiga da região, Elenira da Hora Freitas, comentou sobre a captura do animal. Segundo ela, a situação causou espanto na comunidade. "Ficamos em choque, muito medo. Não é costume a gente ver, estão dizendo que tem mais por aí", disse Freitas.
A coordenadora do Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia (LAPH) da UEFS, a doutora em Biotecnologia Ilka Bionde, que é professora do Departamento de Ciências Biológicas da UEFS, comentou que a presença destes aninais em ambientes urbanos é causada pela ação do ser humano no habitat. "Vai ser uma constância, cada vez mais com a degradação do meio ambiente, os animais estão invadindo outros espaços em busca de alimentação e você vai ter cada vez mais o convívio humano com este tipo de animal principalmente a jiboia, que se adapta ao ambiente urbano", comentou a pesquisadora.
Bionde também alertou sobre a forma como o animal foi capturado e o que deve ser feito caso algum popular encontro qualquer tipo de animal silvestre, em vias urbanas. "Precisamos fazer um trabalho de educação ambiental com a cidade, principalmente nestas regiões. Elas poderiam tentar colocar o animal em qualquer caixa, chamar o Corpo de Bombeiros ou INEMA, que eles darão o destino", explicou. A coordenadora ainda disse que as duas pessoas que apresentaram a cobra ao LADH assinaram um documento para legalizar o processo, evitando assim suspeita de tráfico de animais.
"O animal está bem, em uma sala isolado, mas não era a maneira correta de manipular", alertou Bionde. Após 15 dias, o réptil passará por novas avaliações. A pesquisadora também refutou a hipótese do animal ter fugido do laboratório. "As salas são todas trancadas, com gradeado, nunca tivemos até hoje um animal que fugiu", disse Ilka Bionde, enfatizando que o laboratório possui 32 anos de atividades.
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