Localizado na Avenida Rubens Francisco Dias (antiga Estrada do Papagaio), o Parque Linear, com quase cem mil metros quadrados começou a ser construído em 2021 e tinha prerrogativa de conter águas pluviais e funcionar como opção de lazer, utilizando a recuperação de uma área degradada da Bacia do Pojuca. Entretanto, dois anos após início a obra que foi orçada em R$ 11 milhões e tinha previsão de construção no mesmo ano, o local está inutilizado.

Em 2020 quando foi anunciado pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, o projeto previa ciclovia, pista de corrida e área totalmente arborizada, que serviria, principalmente, para o lazer da população. Contudo, o secretário Municipal de Planejamento, Carlos Brito, explica que o principal objetivo da construção do Parque Linear foi reter águas pluviais e não necessariamente lazer da população. "O Parque Linear é uma bacia de detenção, ou seja, foi montado e criado para reter as águas da chuva, como o local passou por muita impermeabilização, foram drenados todo aquele espaço e se criou espelho d'água. Precisamos fazer uma avaliação melhor, mas a obra está pronta há dois anos. O projeto foi entregue pela empresa e foi dado como concluído. Vamos ao local fazer uma vistoria para, então, chamar todos à uma ação que precisa ser executada, mas temos a certeza que aquele equipamento, apesar de faltar alguma coisa, está cumprindo o objetivo proposto, que é de retenção das águas de drenagem pluviais daquela região para evitar alagamentos".

O diretor de Parques e Jardins, João Falcão, diz que o departamento não foi informado sobre o projeto e detalha o processo para atuação dos agentes da pasta no local. "Até o momento não nos foi passado, toda obra, todo desenvolvimento e investimento que são desenvolvidos por outros departamentos e que são necessárias manutenção das áreas verdes, é necessário oficialmente ter um relatório constando tudo que foi feito, a empresa responsável, as garantias que tem, para irmos lá e emitirmos um diagnóstico do que precisa e passar a integrar a planilha de manutenção".

Moradores locais reclamam da situação que caracterizam como abandono e falam da expectativa de contar com uma área de lazer, como anunciado. "Eu esperava que fosse uma área de lazer como o parque da Lagoa, na José Falcão. Eu costumava andar por lá com meu filho de 8 anos e minha filha de 11.

O local está sujo, mato alto, sem segurança e, inclusive, servindo como local para carroceiros deixarem cavalos de noite. Uma praça de alimentação, parque infantil, cairia bem. O bairro está crescendo e ficando bonito, a falta de cuidado nem combina com isso aqui. A fauna do local é riquíssima em aves aquáticas", reclama.