Operadoras de voo, visão do governo e desafios do Aeroporto de Feira de Santana
Dinamizar o aeroporto é um grande desafio
Em entrevista exclusiva ao Jornal Folha do Estado, Deputado Federal Zé Neto, fala sobre esse processo de desapropriação das áreas do entorno do terminal. Segundo ele, há uma ação judicial já em curso e um processo consignatório, pois a questão será resolvida na esfera jurídica. "Eu conversei com Márcio Cavalcante, secretário estadual de Infraestrutura e com o representante da empresa que administra o aeroporto que, inclusive, tem feito novos investimentos na parte de adequação para os passageiros. Buscamos ter uma abertura de diálogo com judiciário e as partes envolvidas, para conseguir um bom acordo que seria a situação mais adequada. O fato é que parte da atuação judicial com relação às intervenções que devem ser feitas na lateral pista. Lembrando que essa foi uma exigência feita pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que possibilitasse os voos noturnos, já que os diurnos já tem toda liberação para acontecer".
Sobre o projeto de requalificação, o parlamentar diz que já está adiantado para que em dezembro aconteça a retomada de voos regionais e ressalta que há articulações com o governo em prol do projeto.
Eu conversei com secretário da Fazenda, Manoel Vitório, sobre uns ajustes que foi feito com a Azul Linha Aéreas que possibilitou lá atrás a vinda da empresa para Feira de Santana com aqueles voos semanais para Belo Horizonte, depois da pandemia (quando foi suspensa), depois não houve retorno deles. Mas, é bom lembrar que esses voos foram parte de acordo feito com o estado, inclusive, envolvendo a redução do ICMS no combustível. Em contrapartida, a relação de voos no estado é um outro tema também que eu acho que deve ser retomado para que ele possa colaborar, no sentido de formular uma possibilidade de retorno de mais esse voo", defende Zé Neto.
O congressista conta ainda que o governador Rui Costa e, no passado, o então governador Jaques Wagner, tentaram fazer com que Feira de Santana fosse uma rota alternativa ao terminal aéreo de Salvador. O objetivo era implantar um voo semanal de Feira para São Paulo, mas a própria Azul reclamou de não haver o retorno financeiro esperado. "Era um voo à tarde, ou seja, não era um horário comercial adequado e acabou substituído pelo voo de Belo Horizonte. O governo do estado tenta com outras empresas: Gol, Avianca (quando operava), Latam e outras, buscando encaixe de voo como forma alternativa a Salvador. O fato é que nenhuma delas demonstrou interesse comercial, alegavam que a proximidade de Salvador atrapalhava. Segundo eles, na hora de fazer uma locação de uma aeronave, era melhor para logística deles que fosse em Salvador. Portanto é mais um problema que enfrentamos", conta.
Neto salienta que não faltou empenho dos governadores, mas que são interesses comerciais onde o estado não pode se impor. "Aliás, o que tem acontecido no Brasil inteiro é a privatização dos aeroportos e não intervenção do estado de forma direta. O estado vai continuar dialogando, vai fazer redução do ICMS no combustível para fazer alguns acordos. O que parece mais importante para Feira é a gente tentar encontrar um caminho para que o aeroporto de carga e com isso conseguir melhorar a infraestrutura no aeroporto, ampliação das laterais da pista para que a gente possa atrair mais voos regionais. A meu ver, um voo que a gente tem que tentar ajustar, desde que a gente faça com que a ISR (autorização de voo noturno) aconteça, é a volta do voo para São Paulo, no horário cedo pela manhã e retorno a noite", defende.
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