No entreposto comercial, é possível encontrar a espiga de milho, que antes do São João estava custando R$ 1 a unidade, sendo vendida por até metade do preço cobrado anteriormente. Já o amendoim, também teve seu valor reduzido. Os baldes pequeno e grande, que custavam respectivamente R$ 15 e R$ 20 antes das festas, assim como a saca, que chegou a ser vendida por valores que oscilavam entre R$ 200 e R$ 250, agora estão custando R$ 10 o balde pequeno, R$ 15 o balde grande e R$ 100 a saca.

Como a produção desses alimentos na região de Feira de Santana é pequena em relação à demanda do mercado nesta época do ano, muitos comerciantes acabaram comprando suas mercadorias em produtores do estado de Sergipe e de outras cidades da Bahia, como Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Governador Mangabeira e Maragogipe.

Para quem investiu pesado nessas mercadorias, o sabor amargo do prejuízo ficou entalado na garganta. "Antes o balde pequeno estava por R$ 15 e o grande por R$ 20. Hoje, o pequeno está saindo por R$ 10 e o grande por R$ 15. Já o milho, estou vendendo por R$ 0,50 os menores e mais fracos. Os melhores e maiores, saem por R$ 1 a unidade e 15 unidades por R$ 10. Devido à alta de preço, muitos comerciantes viram no milho e no amendoim uma oportunidade de ganhar mais, devido ao aumento da demanda no São João. Isso fez com que houvesse muita oferta dessas mercadorias, sem contar que, por causa dos altos valores, as pessoas deram uma freada no consumo e acabaram comprando menos. Agora acabou encalhando muita mercadoria e para não ter um prejuízo ainda maior, nos sentimos obrigados a baixar o valor. Eu mesmo tive um prejuízo de aproximadamente R$ 10 mil", diz Val do milho, comerciante do Centro de Abastecimento.

Paulo Santos investiu com mais moderação e diz que não teve prejuízo, mas também não teve lucro. "Antes do São João eu estava comprando a saca do amendoim por algo entre R$ 150 e R$ 170 e revendendo de R$ 200 a R$ 240 até o dia 22. No dia 23 o preço já caiu um pouco, o balde de amendoim estou vendendo de R$ 10 e a saca está saindo por R$ 100. Até o dia 21 e 22, eu tive um bom lucro, do dia 23 para cá, estou trocando dinheiro", conta o comerciante.

Dona Iara do Milho tem uma teoria para explicar os prejuízos que fogem à lógica do mercado. "Eu sabia que esse ano ia dar prejuízo, porque os últimos dois anos não teve festa por causa da pandemia, então as pessoas ficaram mais em casa e consequentemente consumiram mais. Como nesse abriram as festas, era de se esperar que as pessoas comprassem menos, pois muitos preferem curtir as festas do que passar São João em casa. Mesmo assim resolvi arriscar. Agora estou penando para não ficar no vermelho", diz a vendedora.