Médico usa peruca para atender paciente suspeita de homofobia em Feira de Santana
Paciente teria se negado a ser atendida por médico gay no Hospital da Mulher
Um médico do Hospital da Mulher, em Feira de Santana, prestou queixa por crime de homofobia, após uma paciente ter se recusado a receber atendimento por um ginecologista e obstetra, identificado como Phelipe Baldi. O motivo da recusa seria a orientação sexual do profissional de saúde.
Diante da situação, um colega de Phelipe, o médico Carlos Vinícius Costa Lino, colocou uma peruca para atender a paciente, como forma de protesto contra a atitude da mesma. O caso repercutiu neste domingo (4) após o protesto nas redes.
"Imagina desacatar um profissional que está exercendo o seu trabalho de forma digna e humana, no seu ambiente de trabalho. O colega foi desacatado por uma paciente que disse que não gosta de ser atendida por homossexual. Ele ouviu e pediu que ela se retratasse, pacificamente. Ela repetiu e esse colega teve que se ausentar do plantão. Saiu para fazer uma denúncia de homofobia na delegacia, e restou a mim, amigo e colega dele, acolher essa paciente e a avaliar em retorno", disse Carlos, em publicação nas redes sociais.
Phelipe Baldi também fez pronunciamento nas redes, confira na íntegra:
"Homofobia é crime! Denunciem!
Venho por meio deste relatar sobre o crime de homofobia que fui vítima hoje no Hospital da Mulher de Feira de Santana por uma gestante.
Sou ginecologista e obstetra da unidade desde Março de 2022. E nunca vivencei algo parecido.
Hoje atendi uma paciente e solicitei exames. Ao se retirar do consultório e aguardar para a realização dos exames a mesma se dirigiu a outra paciente no corredor e verbalizou "EU ODEIO SER ATENDIDA POR HOMOSSEXUAL". Escutei do consultório a frase da mesma. Imediatamente me dirigi a porta e informei a mesma que homofobia é crime e desacato ao funcionário público no exercício de profissão também. A mesma manteve sua postura e não se desculpou.
Imediatamente entrei em contato com a direção da unidade, informei o ocorrido e recebi todo apoio, solidariedade e orientações de prestar queixa na delegacia e na ouvidoria contra a paciente.
Agradeço a toda equipe do hospital da mulher pelo acolhimento, carinho e conforto.
Agradeço a minha família que se fez presente. Minha mãe mandou a peruca para que meu amigo prestasse o atendimento à paciente. Meu pai e minha irmã, também médicos, que estavam de plantão aqui hoje comigo.
Agradeço ao meu amigo @diamannnefer (Dr Carlos Vinícius Costa Lino) pelo atendimento de peruca e batom para enfatizar que independente da orientação sexual o atendimento realizado é o mesmo.
Gratidão a todos vocês pelo carinho.Obrigado por serem luz na minha vida.Obrigado por me permitirem ser luz na vida de vocês.Amo vocês.
A luta é diária! Denunciem todo tipo de preconceito e violência. E contem comigo para denunciar também."
A Fundação Hospitalar de Feira de Santana também deu nota sobre o caso:
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