Feira de Santana Notícias 24h - A Campanha Janeiro Branco é voltada à conscientização sobre a importância de prevenir e tratar as doenças mentais, bem como promover ações que contribuam para a saúde mental da população. Em Feira de Santana, as atividades são realizadas por profissionais da Rede de Atenção Primária, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Postos de Saúde da Família (PSFs) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que atualmente conta com mais 40 mil pacientes cadastrados em sua base de dados.

O número de prontuários da Rede Caps em Feira de Santana é alarmante. Segundo Joadson Andrade, enfermeiro e coordenador da Rede Municipal de Atenção à Saúde Mental, os dados deverão ser atualizados em breve para mensurar a real quantidade de pessoas que são atendidas pelo órgão. 

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"Em todas as unidades que compõem a rede Caps, nós fizemos um levantamento e existem cerca de 44 mil pacientes matriculados. Porém, vamos iniciar um novo processo agora de levantamento desses prontuários, para verificar se há pacientes que já morreram ou que abandonaram o tratamento, para podermos ter um diagnóstico mais preciso. O número de 44 mil é expressivo para uma cidade como Feira de Santana. Mas, após a pandemia, percebemos um adoecimento grande das pessoas por conta das incertezas, os medos, e os transtornos de ansiedade em via crescente, então é uma quantidade de pessoas muito grande", ponderou o coordenador da Rede de Saúde Mental.

Doença multifatorial

Ele observa que os fatores que causam os transtornos mentais são multifatoriais, levando também em consideração a forma como se organiza a sociedade atualmente. "Os transtornos mentais são crescentes no mundo globalizado, com a autocobrança, a busca incessante pela felicidade, pela conquista dos objetivos, então somos bombardeados cotidianamente por essas questões que interferem na nossa saúde mental."

Algumas atitudes, no entanto, podem ser tomadas para prevenir ou minimizar os efeitos desse ritmo frenético de vida. "A população pode prevenir tomando alguns cuidados, como realizar atividade física, o lazer, melhorar as relações interpessoais, como familiares e de trabalho, e isso vai trazer para nosso cotidiano a melhoria da nossa saúde mental", considera.

Acolhimento

Embora, algumas ações possam auxiliar na melhoria da saúde mental da população, há casos em que é imprescindível a busca por atendimento especializado, seja em clínicas particulares, como na rede pública.

"Nós da Rede Caps atendemos por demanda espontânea e por encaminhamentos. Então qualquer pessoa que sinta a necessidade, que está angustiado, se percebe deprimido, percebe que algo está desencadeando um processo de adoecimento, pode procurar a unidade Caps mais próxima de sua residência e faremos o acolhimento. O indivíduo será ouvido por um profissional, como psicólogo, assistente social ou enfermeiro, que irá ouvir a demanda e traçar um plano terapêutico. Se o paciente estiver dentro do perfil do Caps, será matriculado e acompanhado. Se não for, ele será direcionado a outros serviços. Caso ele procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) no território dele ou Posto de Saúde do bairro, essa equipe fará o mesmo acolhimento e, se houver necessidade, vai encaminhar para alguma das nossas unidades", esclareceu Joadson Andrade.

Capacitação de profissionais

Além do acolhimento aos pacientes, o coordenador da Rede de Saúde Mental destacou a importância do treinamento dado pelo município aos profissionais de saúde que compõem o sistema.

"Uma coisa inovadora que estamos direcionando, é o atendimento, a capacitação ou o cuidado com os próprios profissionais de saúde, que são quem atende. Por isso, no dia 28 de janeiro, vamos ter uma atividade com esses profissionais, para trabalhar justamente esta temática."