De acordo com os moradores, essa situação vem se arrastado há 13 anos, quando o proprietário do imóvel faleceu e nenhum familiar veio tomar posse ou mesmo promover qualquer tipo de manutenção. Além disso, agentes de endemias não conseguem ter acesso ao local. "Ela está infestada com ratos, baratas, cobras, cupim, e isso está infestando as outras casas. Ninguém aguenta mais comprar venenos. Até os móveis estão sendo estragados. Não sabemos o que fazer. Volta e meia tem gente com dengue e tem o risco de uma cobra picar as crianças. Os cupins estragam os móveis e os telhados das casas, sem contar os ratos, que tem muitos", lamentou o morador Augusto César Moreira.

Outra moradora da rua, Rita Sodré destacou que no local residem muitas crianças e idosos, que correm risco de ser picadas por cobras ou escorpiões. "Cumprimos com nossas obrigações, e está uma campanha ferrenha contra a dengue e a Chikungunya, mas apesar disso, existe essa casa em frente à nossa que não tem nenhum cuidado. O mato está a céu aberto, aparece cobra no meio da rua, escorpião, e temos receio até de sair na porta de casa", reclamou a dona de casa.

Ela contou ainda que já foi acometida pela dengue e sempre os agentes de endemias visitam os imóveis na rua, eles têm acesso. Porém, nunca entram na casa abandonada. "Nunca vi nenhum órgão fiscalizar essa casa. Estamos aqui pedindo ajuda, pois sabemos da força que a imprensa tem e precisamos que os órgãos municipais nos ajudem nessa situação", desabafa
Joana da Cruz Bittencourt relatou que já perdeu móveis em sua casa devido à infestação de cupins. "É muita imundície que tem dentro deste casarão e no terreno. O pessoal da fiscalização não tem como entrar. Já faz 13 anos que o dono faleceu, e a família mora em Salvador, e tem 6 anos que eles vieram aqui", disse.

Em resposta às reclamações, a chefe da Divisão de Controle Epidemiológico, Verena Liberal, explicou que a população pode realizar as denúncias diretamente ao órgão, vinculado à Secretaria de Saúde, para que as ações de combate possam ser realizadas.

"Eles podem denunciar diretamente à Divisão de Controle Epidemiológico. E temos diversos agentes em campo que mapeiam as dificuldades, para que possamos destravar as ações. Oficialmente, ainda não fomos informados sobre essa situação, mas temos os agentes de combates às endemias que sinalizam os problemas. Um desses problemas é justamente a questão de imóveis fechados, sem cuidados. Essa é uma ação complexa, que envolve diversas secretarias, inclusive vias judiciais. Quero dizer à população que estamos atentos a esta situação, dando os encaminhamentos devidos, porque o nosso objetivo é proteger e cuidar da população", afirmou.