Feira de Santana Notícias 24h - Quase mil estudantes da rede estadual de Feira de Santana irão se apresentar na manhã deste sábado (7), durante o desfile cívico-militar em comemoração ao 7 de Setembro (Independência do Brasil), na Avenida Presidente Dutra. O evento terá início por volta das 8h, e a previsão de saída dos grupos, que fazem parte do pelotão do Núcleo Territorial de Educação (NTE-19) no município, é a partir das 9h.

A primeira escola a se apresentar será o Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC), com cerca de 90 estudantes e pessoas da comunidade, por meio da Banda Marcial Recomeçar (Bamare).

Em entrevista ao Folha do Estado, a diretora do CJCC, Tatiana dos Santos Moreira, que atua como professora da rede estadual desde 2018, evidenciou a importância deste retorno das bandas de música escolares e as fanfarras, na manutenção desta tradição cultural e beleza no desfile de 7 de Setembro, como também em outros eventos.

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Ela esclareceu que o desfile é coordenado pelo Exército, que todo ano reativa o grupo e convida todas as entidades a estarem presentes ao evento. 

"Eles organizam o horário de chegada, a dispersão, a concentração e onde vai ser. O desfile é cívico-militar, mas a gente fala que a beleza está na parte do cívico, porque a população que vai para a rua gosta de ver a comunidade e o movimento da cultura que é produzida em Feira de Santana, ou seja, a participação dos grupos populares."

Na avaliação da diretora, a organização do desfile de 7 de Setembro está melhorando cada vez mais, e a participação das escolas têm sido um grande diferencial.

"Tem muitas escolas que estão fazendo bonito, e o governo do estado investiu pesado reativando as bandas de fanfarras em Feira. A Bamare está com um espetáculo lindo, porque vamos competir também no campeonato baiano, e estamos preparados não apenas para o 7 de Setembro, mas para eventos em outras cidades, para mostrarmos que Feira de Santana é a Princesa do Sertão das bandas marciais. Os professores da banda são voluntários do projeto do estado chamado Educa Mais, e essa iniciativa fortaleceu bastante para que as fanfarras voltassem a existir dentro das escolas. Podem esperar uma apresentação da avenida muito linda, iluminada, com música boa tocando, um repertório maravilhoso e um figurino exemplar. Somos a primeira banda a desfilar no pelotão do NTE-19, a primeira da rede estadual a entrar na avenida seguida pelas outras escolas."

O coordenador da Bamare, professor Marcos Bittencourt, explicou que a banda é composta por Pelotão Cívico, Coreográfico, Baliza e a Corporação Musical, que tem em torno de 45 músicos. Segundo ele, os ensaios ocorrem durante todo o ano.

"A Bamare pertence ao Centro Juvenil de Ciência e Cultura de Feira de Santana (CJCC). O trabalho da banda marcial ocorre durante todo o ano, e a ideia de que a fanfarra só ensaia para o 7 de Setembro não existe mais. A gente tem aulas de música durante todo o ano, participamos do campeonato de bandas e fanfarras, aonde temos as etapas classificatórias e depois a final", contou ao Folha do Estado.

Desafios

Marcos Bittencourt falou ainda sobre os desafios enfrentados pelas bandas escolares para se manterem ativas. Ele informou que a Bamare, assim como outras escolas, recebem do governo do estado recursos que auxiliam nesta manutenção. No entanto, são insuficientes para cobrir todos os custos do grupo, que conta ainda com participantes da comunidade externa. Por isso, ainda há dificuldade para comprar e manter os instrumentos musicais, bem como o fardamento.

"Temos o apoio do governo do estado, que vem acolhendo as bandas nas escolas, sobretudo com lanche e a estrutura logística que a banda precisa, e tem um recurso que é destinado para que as bandas possam fazer essa manutenção. Mas essa manutenção não é apenas para o 7 de Setembro, e sim para todo o ano, então a gente precisa de apoio para ônibus e também a questão do uniforme. A gente tem as oficinas de instrumentos de sopro, percussão, coreográficas, pelotão cívico e a junção de tudo isso culmina naquela apresentação belíssima que as pessoas veem no 7 de Setembro", explicou.

A diretora Tatiana dos Santos Moreira salientou que muitos alunos fazem parte da Bamare desde que a banda iniciou em 2018, e as atividades são totalmente gratuitas para os participantes.

"Tudo que é ofertado pela escola é gratuito para os alunos, eles não pagam nada. Mas, quando a gente fala em termos de custo, é porque o equipamento realmente é muito caro, a alimentação é paga pelo governo do estado porque somos uma escola, mas tem o transporte, água e lanche, e tudo isso ultrapassa um pouco o orçamento que a gente recebe. E se a comunidade quiser acompanhar o nosso trabalho e nos ajudar pode entrar em contato com Marcos, porque a Bamare é uma banda que tem o seu vínculo com a escola, mas tem uma parte que também atende à comunidade. Nós temos ex-alunos que ainda frequentam a banda e abraçamos a comunidade de Feira de Santana."

De acordo com a diretora, as bandas marciais em Feira ao longo dos anos foram deixando de existir, e o movimento só começou a se fortalecer mesmo a partir de 2021, após a pandemia.

"Tivemos um investimento alto do governo do estado, e por isso muitas escolas vão estar na avenida este ano. O NTE-19 tem o pelotão das escolas que irão desfilar e escolhe a temática. A gente sempre abraça a temática do ano letivo. Este ano o tema é a diversidade e a questão do empoderamento das mulheres, que foi também o tema da Flifs deste ano. A gente amarra esse tema do ano letivo e apresenta na avenida."

Veja abaixo a ordem de saída das escolas do Pelotão do NTE-19: