Espaços padronizados podem complicar trabalho de comerciantes de Feira de Santana
Nem todos os comerciantes foram contemplados com quiosques
Comerciantes de lanches que atuam nas imediações do complexo hospitalar de Feira de Santana – envolvendo o Hospital Estadual da Criança (HEC) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) - estão envoltos com uma polêmica envolvendo a praça de alimentação inaugurada recentemente para padronizar o comércio de alimentos no conglomerado de saúde. Eles questionam o processo seletivo promovido pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) para que eles pudessem ser contemplados com quiosques com a finalidade de montarem seus empreendimentos: apenas seis foram contemplados com os equipamentos e os demais estão tendo que deixar o local
Os quiosques são um projeto de autoria do deputado federal Zé Neto (PT), que contempla os espaços do HEC e da UPA do Clériston Andrade com a finalidade de acolher os trabalhadores que possuem suas barracas em frente a essas unidades, repetindo o que foi feito no Hosp. Clériston Andrade II quando os trabalhadores foram acolhidos em uma praça de alimentação moderna melhorando tanto a vida de quem trabalha, como de quem utiliza seus serviços. Entretanto a situação está causando impasse porque nem todos foram contemplados e os critérios de seleção suscitaram dúvidas entre os trabalhadores.
A comerciante Lindinalva Santos Ferreira explicou a reportagem do FOLHA DO ESTADO que houveram reuniões com representantes da Sesab para tratativas sobre o processo seletivo dos equipamentos e num primeiro momento, ela não havia sido contemplada. "Eles alegaram que não havia equipamentos suficientes para todos e a prioridade seria para os comerciantes mais antigos. Como tenho menos tempo, entreguei 'nas mãos de Deus'. Houve um segundo encontro, onde recebi a informação que meu nome estava na lista, que eu havia sido contemplada e no sorteio fiquei com o quiosque de número 5. Paguei todas as taxas referentes a impostos e tal qual foi minha surpresa que na última quinta-feira (27), quando aconteceu a inauguração, outra pessoa estava ocupando o lugar", afirmou. "Estou sem saber o que fazer porque sobrevivo deste comércio há quatro anos e sinceramente até agora estou sem entender como em um dia estou contemplada e no outro tenho que sair. Isso é absurdo", complementou.
Uma das primeiras a estabelecer comércio na região foi Jucicleide Pereira dos Santos. Ela disse que somente em frente ao HEC trabalhou por cerca de oito anos, enquanto outros seis ficou estabelecida em frente a UPA. "Eles estão falando de antiguidade como critério e eu não fui contemplada. Isso só pode ser brincadeira e agora querem me tirar daqui. Vou viver de que mesmo? Porque eu ainda achava alguma oportunidade como cuidadora no HEC, mas isso de vez em quando. Eu quero saber como é que que vai ser porque tem gente como eu que vive daqui, tira o sustento da família, paga as contas. Eles precisam rever isso urgente", reclama.
NÃO ATENDE
Outro comerciante que terá que deixar o local é Edilson dos Santos que tem um trailer nas imediações da UPA. "Tenho três anos e meio trabalhando aqui e não entendo este critério porque eles construíram cinco quiosques no HEC e apenas um na UPA, ou seja, apenas uma pessoa pode comercializar dentro do espaço da UPA, sendo que a demanda que tem é muito maior, ou seja, ele não absolve. Como é que em um espaço se constrói cinco quiosques, no outro apenas um? Está errado isso e com certeza vai ter muitos problemas porque somos pessoas honestas que estamos aqui ganhando nosso sustento. É legal ter um espaço organizado, com estrutura, mas na verdade não se planejou de forma adequada e por isso muitos estão nessa situação agora. Espero que haja consciência e eles possam rever este critério", afirmou.
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