Comunidade escolar protesta contra direção de colégio estadual em Feira de Santana

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Comunidade escolar protesta contra direção de colégio estadual em Feira de Santana

Eles denunciam abuso de autoridade e desrespeito por parte da diretora.

Foto: Mário Sepúlveda/ FE

Feira de Santana Notícias 24h - Na tarde desta quarta-feira (21), centenas de estudantes, professores, pais e mães de alunos e outras pessoas da comunidade realizaram uma grande manifestação, em frente ao Instituto de Educação Gastão Guimarães (IEGG). Eles denunciam abuso de autoridade e desrespeito por parte da direção, sobretudo após um estudante com diagnóstico de autismo ter sido proibido de levar o próprio lanche para o colégio, dentre outras situações.

Em entrevista ao Folha do Estado, a dona de casa Jandira Oliveira, mãe do estudante Pedro Henrique, que é autista e cuja experiência negativa motivou a manifestação e o aparecimento de outras denúncias, informou que no ato da matrícula ela levou para a escola um relatório sobre a condição do filho e desde o início do ano vem enfrentando dificuldades com a gestão.

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Foto: Mário Sepúlveda/ FE

"Passamos o ano todo relembrando para garantir o direito dele, que ficava na porta, porque ela (a diretora) não deixa ninguém atrasado entrar, mesmo ele tomando medicação para dormir. Quando eu consigo entrar com ele na escola, ela não deixa ter acesso à sala no segundo horário. Teve uma gincana na escola que meu filho não participou, e a última situação foi que ele não pôde levar o lanche dele e passou mal por não se alimentar, porque tomou uma medicação muito forte de manhã.", relatou a mãe de Pedro Henrique.

Ela afirmou que desde que o caso foi denunciado na internet, diversas denúncias surgiram de mães que enfrentam a mesma situação. "Quando eu fiz o meu relato na internet, outras mães começaram a me buscar. Meu telefone não para desde sábado, então é muita denúncia, muita mãe chorando contando o que acontece dentro dessa escola. Isso aconteceu na sexta-feira. Eu procurei o Conselho Tutelar, o NTE (Núcleo Territorial de Educação), o Ministério Público e estamos pedindo às mães que têm denúncia que compareçam aos órgãos, porque quanto mais a gente fortalecer, essas desumanidades que estão acontecendo dentro da escola vão deixar de existir", desabafou a mãe.

Outra manifestante, Mona Dantas destacou que quando viu o relato da mãe de Pedro Henrique passou a compartilhar o caso com seus seguidores.

Foto: Mário Sepúlveda/ FE

"Essa manifestação se deu a partir do momento que existe aqui um menino, que não foi permitido trazer lanche para a escola. Ele é autista e a mãe fez uma denúncia, me trouxe o vídeo, eu postei nas minhas redes sociais e a gente recebeu mais de 50 denúncias de abusos, violações de direitos e outras situações que aconteceram dentro da escola. Então a gente tá aqui para que a gestão melhore a respeito disso", contou.

Um professor da instituição endossou as declarações dos estudantes e declarou que funcionários e docentes do colégio também são vítimas de abuso de autoridade.

"Chega de tirania e opressão, chega de humilhação. Essa escola vai fazer 100 anos em 2027, e a gente sabe que a educação anda junto o conhecimento, e isso não é jeito de tratar aluno, nem professor. Está errado. Faz 25 anos que eu trabalho aqui, e nunca vi uma situação dessa. O estudante é a razão da existência de uma escola", protestou.

O estudante Igor da Silva Teixeira, de 18 anos, ex-líder territorial, informou que estuda há 6 anos no IEGG. Ele relatou que a diretora age com autoritarismo e já foi vítima de declarações preconceituosas por parte dela.

Foto: Mário Sepúlveda/ FE

"Nossa gestão é incapaz de poder agir dentro da escola. Nossa gestora é muito autoritária e desumana, não escuta e censura os alunos. Coloca regras onde não existe, quer impor que as pessoas façam o que ela queira, agride funcionários verbalmente, puxa funcionários pelos braços, e eles já estão cansados desta gestão. Eu como aluno da minoria, negro, pobre e indígena, estou cansado de ser agredido verbalmente, assim como meus colegas de classe. Ela falou que eu por ser da minoria não vou ter a mesma capacidade que outros, que até eu buscando mais, talvez não seja capaz, que eu tenho que fazer o meu melhor e talvez não seja aquilo. Esse fato sempre nos é comunicado a falar com a coordenação, mas toda a escola está nas mãos desta gestão. A gente comunica a coordenação e ela nunca resolve."

A diretora do IEGG, Alfreda Guimarães Xavier, alvo das denúncias, foi procurada pela reportagem do Folha do Estado e informou que não irá se manifestar sobre as declarações.

Nota do NTE (Núcleo Territorial de Educação):

O Núcleo Territorial de Educação do Portal do Sertão (NTE 19), com sede em Feira de Santana, informa que:

- A direção do NTE, a direção do Instituto de Educação de Tempo Integral Gestão Guimarães e sua equipe de nutricionistas reuniram-se, na segunda-feira (19), com os responsáveis pelo aluno. Na reunião, foi verificado o relatório nutricional e esclarecidas as orientações nutricionais. O NTE propôs a elaboração de um cardápio especial a ser produzido na unidade escolar para atender às necessidades específicas de alimentação do estudante.

- A família do estudante, no entanto, optou por disponibilizar a alimentação que o estudante deverá consumir na escola, o que ficou acertado pelas partes envolvidas.

- O NTE 19 destaca que, acatando as orientações técnicas do Programa Nacional de Alimentação Escolar técnicas e seguindo a orientação do Estado para que as unidades escolares ofertem aos estudantes cinco refeições diárias, bem como, considerando que alimentos mal-acondicionados ou pouco resfriados, podem trazer malefícios à saúde dos estudantes, as unidades escolares sinalizam aos mesmos a não levarem lanches e consumirem a alimentação escolar disponibilizada pelo colégio.

ASCOM SEC

Foto: Mário Sepúlveda/ FE
 

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