Comerciantes do Centro de Abastecimento questionam cobrança para caminhões de carga
Taxa chega a R$ 70
Alguns comerciantes e agricultores do Centro de Abastecimento de Feira de Santana encaminharam uma série de reclamações à redação do Jornal Folha do Estado que foi ao local apurar as informações, na manhã de quarta-feira (27).
Lucivalber Nogueira, conhecido como o Neguinho do Tomate, comerciante no local, diz que o Centro de Abastecimento está precisando de uma série de melhorias urgentes e reclama, principalmente, da taxa cobrada para caminhões. "Precisamos do banheiro que está fechado, pois os clientes estão pedindo muito. A segurança também, que não tem dentro do Centro, a iluminação que um dia está boa e no outro fica apagada geral, a limpeza que não tem, o estacionamento privado agora, os clientes tudo reclamando e viajando para fora. O caminhão entra e paga-se uma taxa de R$ 70 e depois de cerca de três horas ele quer cobrar novamente, mais R$ 25. Se a gente tem Boxe, não deveria pagar", diz.
O agricultor Valdocélio da Silva, vulgo Bolsonaro, também reclama das condições locais, e resolveu tomar atitude e começar uma "obra" de limpeza dos córregos, mesmo sem autorização da prefeitura. O empresário diz também que pretende iniciar plantações em áreas circunvizinhas.
"Estou fazendo o que a prefeitura deveria fazer, junto com administrador, que não fazem. Estão há 8 anos no poder e não fazem nada. Olha a situação do Centro como está, eu decidi aproveitar essa área, deixar o canal livre do esgoto. Estou fazendo um serviço de limpeza e estou plantando do outro lado. Enquanto não vierem intimidar, eu vou continuar. Estou fazendo serviço deles, que nós pagamos para eles fazerem e eles não fazem, então decidi meter a mão e fazer", detalha.
"Eu acho que essa parte da Ceasa está um pouco esquecida pelas autoridades, estão visando mais preço de mercadorias (que todo mundo sabe que será divulgado) do que em melhorias. Isso é uma pavimentação, para poder todo mundo trabalhar bem", reclama o comerciante, Fábio Sousa.
Na ocasião a reportagem apurou que as rampas de acesso do Centro, atualmente, são usadas como sanitários públicos e que havia muitos dejetos no local, entretanto, os banheiros estavam abertos e em funcionamento até o momento do fechamento desta edição.
O secretário Municipal de Agricultura, Pedro Américo, detalha todo cronograma de atividades e obras de melhorias no Centro e salienta que está se reunindo semanalmente com representantes e diretoria no local. "Criamos um hábito nesta gestão de, no mínimo, uma vez por semana, está aqui no Centro. Atendo pessoas, converso com a direção, fazemos constantes reuniões com representantes do Sindicatos de cada setor, cada galpão, dialogando sempre. Queremos dizer à sociedade de Feira de Santana que a gente entende que o Centro tem problemas crônicos e precisamos da parceria dos comerciantes para poder fazer dar certo. Estamos comprometidos e fazendo nossa parte, mas precisamos dos comerciantes. Reunimos cada setor para decidir por onde começamos as obras de reforma. Se a gente fosse fazer a reforma geral do Centro, teríamos que interditar o local por três anos, pois é uma obra grande. Então estamos fazendo aos poucos e cada setor escolheu uma obra prioritária e faremos conforme combinamos com comerciantes", explica.
O secretário ressalta a importância dos comerciantes fazerem sua parte, como cuidar do seu lixo, por exemplo. "Primeiro começamos pelo galpão de cereais onde estamos reformando completamente os banheiros, vamos fazer todo o processo de pintura e a reforma da parte elétrica. No galpão de carnes fizemos toda a pavimentação, na parte de carga e descarga, onde guardam as carnes na câmara frigorífica e pode levar para o galpão. Isso melhora a qualidade, inclusive, do estacionamento. Também no galpão de carnes serão feitas todas as bicas de escoamento. Estamos conduzindo isso e acredito que até o final do ano já vamos ter dado uma cara nova ao Centro de Abastecimento. Queremos conclamar novamente os comerciantes a nos ajudarem, só em cuidar do seu lixo, já nos ajuda muito", destaca.
Cristiano Gonçalves, diretor do Centro de Abastecimento, sobre a cobrança para estacionamento de caminhões, explica. "Hoje temos uma empresa gestora que toma conta do estacionamento. Existe uma cobrança onde o caminhão de descarga, adentra e paga o valor e tem um tempo para descarregar de até 4 horas. Após esse período, o veículo precisa sair do Centro. O que vem acontecendo no local é que muitos desses caminhões que deveriam sair com 4 horas, até para ter uma tem uma rotatividade, querem permanecer aqui o dia todo. Já identificamos aqui um caminhão que ficava até 72 horas ocupando um espaço que deveria ser de rotatividade. O direito que esse caminhão tem de descarga ao pagar o valor da entrada é de 4 horas. A tarifa não é de estacionamento e sim de descarga, pois aqui não é local para estacionar".
O gestor diz ainda que a iluminação no Centro melhorou muito e que não há apagões, além de garantir providências para evitar plantações e obras desautorizadas no local. "A iluminação melhorou muito! Inclusive essa semana colocamos mais 6 refletores na área estacionamento. Não tem como fazer tudo ao mesmo tempo, estamos dando prioridade aos locais mais necessitados. O Centro todo terá melhorias, nós vamos identificando e fazendo. Quanto ao cidadão que está atuando na limpeza dos canais, não sabemos a intenção e já acionamos os órgãos responsáveis, chegou a informação que ele pretende fazer uma plantação junto ao córrego de esgoto. Primeiro que não existe plantação no Centro, muito menos em um córrego de esgotamento. Tomaremos as devidas providências", garante.
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