Com baixo estoque de leite materno, prematuros correm riscos

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Com baixo estoque de leite materno, prematuros correm riscos

O leite materno é o alimento mais completo para o bebê 

Crédito: Mario Sepúlveda/FE

As doações de leite materno são fundamentais para recém-nascidos prematuros ou com risco extremo de vida internados na UTI neonatal, no Hospital Inácia Pinto dos Santos, o Hospital da Mulher. E esta alimentação de bebês prematuros que precisam do leite para viver, que estão internados na unidade, está escassa. O banco de leite da Unidade está com o estoque atualmente de 174 litros, menos da metade da capacidade necessária para suprir a demanda.

O leite materno é o alimento mais completo para o bebê. Rico em água, proteínas, lipídios, glicídios, vitaminas e minerais, e perfeito para o recém-nascido prematuro, que tem o trato gastrointestinal imaturo, o que pode provocar dificuldades na digestão e absorção de nutrientes, por isso, precisa de um alimento que seu frágil intestino possa processar com facilidade.

De acordo com a diretora da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas, a preocupação com os recém-nascidos tem aumentado. "De setembro para outubro a gente teve um estoque baixo. A gente tem uma taxa de mais ou menos 9% de bebês prematuros que nascem todo mês e que precisam se amamentar exclusivamente no leite materno, onde se faz necessária a doação", disse a diretora.

"O estoque hoje do banco de leite do Hospital da Mulher precisa da média de quase dois 2,5 a 3 litros de leite. Todos os dias é feita a distribuição, então a gente precisa pelo menos desse estoque mínimo para manter com prioridade bebês prematuros que estão internados nas UTIs e unidades de cuidado intermediário", elucidou Gilberte.

Um dos mais prestigiados pediatras na área de neonatologia e consultor certificado em aleitamento, o professor Katsumi Mizuno, explica a importância do alimento para o bebê prematuro. "Só o leite materno contém enzimas que contribuem para a digestão do bebê. Os bebês prematuros alimentados principalmente com leite materno têm permeabilidade intestinal significativamente menor do que a dos bebês alimentados com predomínio de fórmula láctea, o que significa que menos partículas conseguem atravessar o revestimento do intestino e entrar na corrente sanguínea".

Sem o leite materno, se faz necessário inserir o artificial, mas, esse não tem garantia nutricional. "Quando há falta do materno, a gente tem que inserir o leite artificial que não é o preconizado, então o nosso leite deve ser 100% exclusivo leite materno.

Isso interfere até o número de dias que o bebê consegue ter o peso ideal para ter a alta hospitalar. Então tudo que é preconizado, a gente tenta fazer o máximo possível", esclareceu.

Campanha de doação

A unidade registra queda no estoque, mas, o crescimento na demanda de leite para bebês prematuros na cidade, aumentou em 25%, fazendo com que a campanha que acontece durante todo o ano para arrecadação de leite materno, seja intensificada. "A gente sempre faz esse alerta, porque precisamos de pelo menos o estoque mínimo, e só é possível alcançar através das campanhas.

O que solicitamos é que aquelas mães que ainda amamentam, mesmo que tenham nascido na rede particular, se tiverem muito leite, entrem em contato com o banco de leite", pediu a diretora.

As mulheres no período de amamentação que puderem doar, podem entrar em contato com o Hospital da Mulher. Basta ligar para o telefone (75) 3602-7156 e fazer o agendamento para doação. A coleta é feita na casa da doadora, duas vezes por semana, por equipes da unidade ou do Corpo de Bombeiros.

 

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Quinta, 19 Setembro 2024

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