Auditoria vai definir caminhos para resolver problema do Shopping Popular
O Município trabalha no sentido de se chegar a um denominador comum
Desde o começo do funcionamento do shopping, os permissionários se queixam do fraco movimento no local e principalmente das taxas de pagamento dos boxes, consideradas por eles como exorbitantes, já que o valor não se adequa ao que se é arrecadado mensalmente. O problema se arrasta há muito tempo e diversas manifestações já foram realizadas, sendo que a mais recente foi na última quarta-feira (6): alguns comerciantes ficaram acampados no entreposto e dormindo nos próprios boxes para tentar evitar que suas lojas sejam lacradas e suas mercadorias apreendidas.
A situação é considerada como difícil e complicada por Bete Araújo, presidente da Associação dos Camelôs de Feira de Santana. "Quem está inadimplente aqui não está pagando por que não quer, mas sim porque não pode, porque não tem condições. O movimento aqui é péssimo. Tem comerciante que está pagando para vir trabalhar. As vendas aqui estão muito fracas. Para que se tenha uma ideia, basta saber que tem comerciante que fica aqui mais de uma semana sem vender nada. O movimento é muito fraco. Não há atrativos ou iniciativas públicas para ajudar a atrair público", revela a vendedora.
A dirigente critica a forma como a direção do Shopping tem agido com os comerciantes. "Nas últimas duas semanas nós fomos surpreendidos, pois vimos diversos boxes, cujos comerciantes não conseguiram arcar com os custos de aluguel e condomínio, serem lacrados e terem o seu fornecimento de energia suspenso. A gestão da Cidade das Compras, de forma arbitrária e desumana, arrebenta os cadeados e os trocam por outros, de forma a impedir que comerciantes inadimplentes possam tentar trabalhar para pagá-los", conta Bete.
Um dos comerciantes diz que o baixo movimento no local, associado ás taxas cobradas pela administração, está impossibilitando cumprir com os compromissos de pagamento. "Não está dando, o trabalhador do shopping popular está enfrentando muitas dificuldades para sobreviver, pois não tem movimento. Não tem venda. E não é tão barato manter o negócio. O meu box é pequeno, um dos menores que têm por aqui e pago por mês R$ 379 de aluguel e R$ 189 de condomínio. Para me manter adimplente é muito penoso. Tem mês que simplesmente não dá. Estamos pensando em fechar tudo e não mais abrir nossas lojas até que o poder público resolva a situação", diz o autônomo.
Emerson Mascarenhas, presidente do Sindicato dos Camelôs de Feira de Santana, diz que a categoria se queixa sobre o não cumprimento do projeto original da Cidade das Compras. "Prometeram que aqui teria repartições públicas, agências bancárias, sala de cinema, elevadores e dentre outras coisas que não foram cumpridas. Ou a Prefeitura e a administração se mobilizam tomam medidas para atrair a população para comprar aqui, ou vamos ter que voltar para as ruas do Centro da Cidade, pois lá, pelo menos, não precisávamos pagar aluguel", diz o sindicalista.
Governo vai apresentar resultado de auditoria e intermediar entendimentos
Diante do entrave envolvendo o Shopping Popular, o Governo tem trabalhado e deverá apresentar nos próximos dias uma solução definitiva para esta situação. O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Sebastião Cunha, junto com o vice-prefeito Fernando de Fabinho estão pessoalmente empenhados na busca pela solução. "Até final da outra semana, deveremos apresentar o resultado de uma auditoria que está sendo feita nas contas do entreposto, pois este ajuste se faz necessário para se chegar ao consenso sobre a taxa de cobrança dos boxes. Não é simplesmente deliberar sobre este valor sem os devidos ajustes", informou Sebastião Cunha à reportagem do Folha do Estado.
Outra situação passa pela criação da Casa do Cidadão Feirense, que será um espaço onde o cidadão terá atendimento das diversas secretarias municipais. "Existem licitações em curso cujo o processo está na fase de conclusão e ao final teremos todo este conglomerado lá. Atualmente contamos com o Procon, a Casa do Trabalhador e o Bolsa Família lá, mas vamos contar com a estrutura de todos os órgãos e secretarias que lidam com o atendimento ao público", garantiu Cunha.
Dentro deste contexto, o Governo deverá intermediar um encontro entre os permissionários e a concessionária para acabar com as desavenças. "Vamos trabalhar nesse sentido porque o shopping tem que ser olhado como vetor de crescimento, de fortalecimento econômico da cidade. Estamos trabalhando para que isso seja agilizado, se chegue ao entendimento e as coisas funcionem normalmente", afirmou o secretário Sebastião Cunha.
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