Lista de sócios para eleições do Fluminense de Feira vira alvo de investigação
Assunto está causando celeuma antes mesmo das eleições
A comissão constituída para coordenar os trabalhos, visando as eleições gerais no Fluminense de Feira está envolta com uma polêmica: número de sócios que supostamente se encontram aptos a escolherem os novos dirigentes executivos e deliberativos do tricolor feirense para o biênio 2022/2023. Até a noite da última quarta-feira (24) foi apresentada pela direção executiva uma lista que continha 290 sócios, porém na manhã de quinta-feira (25) a lista definitiva foi apresentada com mais de 500 sócios, situação que gerou uma celeuma entre o grupo atual que comanda o clube e o oposicionistas que articula uma chapa para a disputa eleitoral.
De acordo com o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Gerinaldo Costa, na assembléia realizada discutiu pontos como a prestação de contas do ano de 2020 e a definição da comissão eleitora. "Sobre a prestação de contas que apreciaríamos, o Conselho Fiscal nos informou que não houve a apresentação dos gestores executivos da época. Então estabelecemos um prazo de 30 dias para que aconteça essa apresentação porque o clube pode ficar com a vida complicada por conta desta pendência", afirmou.
O dirigente disse ainda que no mesmo encontro foi solicitada à direção executiva a apresentação do número de sócios que podem a participar do processo eleitoral do Fluminense. "Durante o encontro, nos foi apresentada uma lista com pouco mais de 300 nomes, com a ressalva de que alguns teriam alguma pendência e por conta disso, 290 estariam aptos a votar. Foi estabelecido um prazo para que a lista definitiva fosse apresentada até às 10 horas de hoje e tal qual foi nossa surpresa, a lista apresentada constava de 505 associados. Como de uma hora para outra tantas pessoas foram associadas? Não é concebível essa situação e precisa ser devidamente esclarecida, mesmo porque a julgar pelos últimos processos é um número que suscita dúvida até mesmo por conta da situação que o time está", disse Gerinaldo Costa.
Liderando um grupo que deve lançar uma chapa para disputar a eleição, o ex-presidente do clube, José Francisco Pinto, o Zé Chico, espera que a comissão eleitoral faça uma apuração minuciosa da situação. "É algo absurdo na atual situação em que o clube se encontra: na 2ª divisão do Campeonato Baiano e com o seu patrimônio avariado. Fosse um momento diferente, seria algo a ser comemorado, mas parece que a coisa não é bem assim. Outra situação é que o estatuto não é claro com relação à forma como o associado chega e de imediato tem direito à voto. Isso desestimula quem paga a mensalidade de forma correta e há mais tempo. É preciso se apurar: quem fez e como fez porque é uma coisa absurda e quem perde com isso é o próprio Fluminense cuja credibilidade se enlameia cada vez mais", ressaltou.
Quanto a lançar ou não o seu nome como candidato, Zé Chico disse que ainda não tem uma definição. "Faço parte de um grupo que tem outros nomes que podem ser candidatos. Estamos conversando, analisando, mas por hora vamos aguardar um posicionamento da comissão no que diz respeito à investigação dos fatos e uma resposta imediata", declarou.
SISTEMA ATUALIZADO
O presidente executivo do Fluminense, Ícaro Ivinn disse que a celeuma criada foi pelos próprios oposicionistas que vão lançar uma chapa e estão questionando a quantidade de sócios aptos a votarem. "Por que falar de um estatuto que eles mesmos criaram? Ora nos foi dado um prazo para apresentação da lista de sócios e nós apresentamos de acordo com a atualização do nosso sistema. No dia da reunião não nos foi solicitada apresentação de número de associados: queriam uma estimativa do quantitativo e não tínhamos porque ainda existiam algumas fichas a serem abonadas. Apresentamos a lista com esta atualização e não há nada de ilegal, mas se eles fazem questionamentos sobre o fato de pessoas se associarem e terem direito imediato a voto é porque estão provando do próprio 'veneno'. Inscreveram a quantidade de sócios que quiseram. Queriam fechar o quadro de associados, fizeram muita pressão para que isso acontecesse, mas chegamos a um consenso de apresentar posteriormente e assim fizemos já com as fichas que ainda estava por ser abonadas", explicou. "Essa questão nada mais foi do que uma manobra para eles se perpetuarem no poder e justamente este tipo de coisa que o torcedor do Fluminense está cansado e quer mudanças", comentou.
Ivinn disse ainda estar na luta para viabilizar a sua candidatura a reeleição no Fluminense. "Estamos trabalhando apoios, mas hoje posso dizer que aqueles que me apoiam são torcedores que querem ver um Fluminense diferente, longe dos interesses políticos de muitos que querem estar no clube apenas por interesses pessoais. O Fluminense deve ter um verdadeiro grupo de torcedores de uma forma geral, que não seja nem A nem B, mas que dentro deste grupo, possa existir um número considerável de pessoas que entendam que nós precisamos fazer o nosso mandato, não digo nem dar continuidade, mas fazer o nosso mandato, porque o que nós fizemos foi dar sobrevivência ao Fluminense, que estava abandonado, principalmente por aqueles que renunciaram e que em momentos bons, todos colocam o nome, mas nos momentos ruins ninguém quer colocar o nome em jogo, e é o que temos hoje", afirmou.
A comissão eleitoral constituída tem como presidente Áecio Macedo e no momento preferiu não se manifestar até que o fato seja devidamente apurado. As eleições estão marcadas para o dia 4 de dezembro, quando serão eleitos os novos dirigentes executivos e o Conselho Deliberativo do Fluminense.
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