A estreia do rio Sena como palco para as provas de natação do triatlo nas Olimpíadas de Paris 2024 trouxe à tona um misto de celebração e preocupação. O presidente francês, Emmanuel Macron, destacou o feito histórico nas redes sociais, elogiando os esforços que tornaram o Sena "balneável" após cem anos. No entanto, o clima instável colocou em risco a continuidade das provas, com chuvas intensas afetando a qualidade da água e levantando dúvidas sobre a segurança dos atletas.

O impacto das condições climáticas se tornou evidente com a ameaça de transformação do triatlo misto, programado para o próximo dia 5, em um duatlo, eliminando a etapa de natação devido à poluição crescente. A brasileira Djenyfer Arnold, que ficou em vigésimo lugar, comentou sobre as informações que circulavam entre os atletas sobre essa possível mudança. A situação é agravada pelo sistema de escoamento de Paris, que despeja águas pluviais e detritos no rio, piorando a situação após cada tempestade.

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Atletas como Miguel Hidalgo, que conseguiu a décima colocação — a melhor posição de um brasileiro na história olímpica do triatlo — expressaram frustração com as condições adversas. Hidalgo, que almeja a vitória em Los Angeles 2028, enfrentou desafios adicionais na competição, incluindo a ausência de filmagens em trechos críticos da prova de natação. "Falta penalidade e mais fiscalização", desabafou o atleta, que se viu em desvantagem após contato físico não intencional com outros competidores.

O Comitê Olímpico Internacional, por meio de seu porta-voz Mark Adams, garantiu que as decisões foram tomadas com base em rigorosos testes de qualidade da água realizados na madrugada que antecedeu as provas. Contudo, a incerteza sobre a poluição contínua do rio permanece, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, comprometeu-se a demonstrar a segurança do Sena, realizando um mergulho em suas águas dias antes da cerimônia de abertura. Com isso, o debate sobre o legado ambiental das Olimpíadas segue em foco, com o governo prometendo melhorias duradouras na balneabilidade do rio para a população local.