O projeto social e cultural Ganga foi um dos blocos que desfilou no Esquenta Micareta desse domingo (7) na Fraga Maia. O projeto que surgiu em 2002 atende, por meio de oficinas musicais, crianças e jovens em vulnerabilidade social na cidade.

Através das oficinas comandadas pelo mestre de capoeira e percussionista Neto de Gandhi, crianças e jovens aprendem a tocar diversos tipos de instrumentos como bateria, tarol, repique, bacurinha, caixa de repique, timbau e agogô. Os ensaios acontecem na sede do projeto no bairro Brasília.

No Esquenta desse domingo (7), 28 jovens se apresentaram. Segundo Neto, é a "quarta geração" na avenida. "Eu gosto de dizer que ontem a quarta geração do projeto se apresentou. É o filho de alguém que já passou por aqui antes", disse o mestre de capoeira e percussionista, Neto de Gandhi.

A história que originou a criação do projeto social tem relação com um assalto. "Certa vez uma amiga minha foi assaltada por alguns rapazes na Queimadinha. Ela me pediu que eu fosse atrás deles, mas que não envolvesse a polícia. Que ao invés de puni-los, poderíamos ajudá-los a sair dessa vida errada. Foi assim que surgiu o projeto social", revela Neto de Gandhi.

O nome 'Ganga' é uma forma de homenagear aquele que foi o primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares e também responsável por um acordo entre o quilombo e o governo colonial em 1678.

O projeto social e cultural Ganga é um complemento aos estudos. "A exigência é que eles estejam frequentando a escola regularmente para participar dos ensaios. São aulas de percussão com educação. É isso aí que nós cobramos deles", ressalta Neto de Gandhi.

De acordo com Neto, em 22 anos de existência, mais de mil jovens foram atendidos pelo projeto que tem rendido frutos. "Levei os meninos para gravar uma música em estúdio e hoje ela está sendo tocada nas rádios da cidade", revela Neto de Gandhi.