O bloco dos Vaqueiros, que estreou em 2023 em Feira, comunicou através de nota à imprensa, o cancelamento da participação do grupo na Micareta 2024. O motivo do cancelamento, de acordo com a diretoria, é um caso de plágio da marca do bloco.

Ainda de acordo com organizadores, um vereador seu uniu a Associação dos Vaqueiros, que teria plagiado a marca e utilizado influência para conseguir benefícios e a liberação do desfile do novo Bloco Vaqueiros da Princesa, que sairá no mesmo dia de apresentação e com a mesma temática do Bloco dos vaqueiros.

"É com profundo pesar que comunicamos o cancelamento da participação do "Bloco dos Vaqueiros" na Micareta de Feira de Santana deste ano. Infelizmente, nos encontramos diante de uma situação de plágio, onde elementos distintivos do nosso bloco foram indevidamente apropriados por terceiros. É especialmente doloroso observar que os responsáveis por este plágio estão se beneficiando da nossa data, mesmo este sendo o terceiro ano consecutivo em que participamos na sexta-feira tradicionalmente reservada ao nosso bloco", lamenta a direção.

Vera Baccin, idealizadora e administradora do Bloco dos Vaqueiros, diz que este ano seria o terceiro ano na participação da Micareta, mas o Bloco dos Vaqueiros já existe desde 2018 com a marca patenteada.

"Para nossa surpresa, pois participamos do edital de inscrição do bloco como todos os anos, onde solicitamos a nossa vaga para sexta-feira (dia tradicional da nossa apresentação, tanto no Carnaval de Salvador, como na Micareta de Feira de Santana) e, agora tivemos a notícia que teria um outro bloco de uma associação de Feira de Santana que é conhecida no meio de cavalo e com apoio do vereador. O mesmo vereador esteve com a gente em 2023 e nos ajudou a facilitar acesso junto a prefeitura por conta do cargo que ocupa. O edil se aproveitou da situação e viu que em 2023 o nosso bloco trocou mais de 1800 camisas e cerca de 4 mil quilos de alimentos e resolveu apoiar um bloco plagiando o nosso, o 'Bloco dos Vaqueiros da Princesa'. Eles se apropriaram da nossa notoriedade, se aproveitaram do nosso nome, porque a vaga está sendo passada para eles pela Secretaria de Cultura", reclama.

A organização do Bloco dos Vaqueiros salienta que, aqueles que adquiriram as camisas, posteriormente serão convidados, em breve, a participar de um grande evento para que assim seja honrado o compromisso do Bloco na rua e reafirmam que tiveram a integridade do grupo violada

""Esta é uma clara violação da nossa integridade artística e dos valores que defendemos. Como representantes da autenticidade e da riqueza cultural do sertão nordestino, sempre nos dedicamos a oferecer aos nossos foliões uma experiência única e genuína. Diante deste cenário, não nos sentimos capazes de preservar a essência que nos caracteriza e que tanto estimamos. Além disso, informamos aos nossos vaqueiros que adquiriram as camisas que estaremos anunciando em breve um grande evento para que possamos honrar e comemorar o nosso compromisso do Bloco na rua".

Associação dos Vaqueiros da Princesa rebate as acusações

Mário Vitório, presidente da Associação dos Organizadores de Cavalgadas e Festejos Equestres de Feira, diz que não houve nem plágio e nem favorecimento, que tudo foi feito pelos trâmites legais. Além disso, ele ressalta que ninguém pode patentear o termo vaqueiros, que é algo cultural e de domínio público.

"O Bloco Vaqueiros da Princesa foi documentado, através da associação, tiramos um certificado Instituto Nacional da Propriedade (INPI) do nome Vaqueiros da Princesa, que é baseado na Cavalgada da Princesa, que foi um grande sucesso. A partir daí documentamos o projeto e levamos para secretaria competente e damos continuidade. É o que posso falar sobre nosso bloco e convido a comunidade de Feira e região para participar nesta sexta-feira (19), 20 horas, temos vários pontos de troca entre Feira e Tiquaruçu. Vamos fazer uma festa linda e de paz, é isso que eu tenho a dizer. Para recapitular, a palavra vaqueiro é uma profissão e patrimônio cultural, não tem dono. Há espaço para todos", rebate.