Após vitória épica, Charles do Bronx revela: 'o mais difícil foi ouvir meu pai chorar'
Ex-campeão peso-leve ironiza os que o chamam de desistente
Leve e com a sensação do dever cumprido. Assim pode ser descrito o estado de espírito de Charles do Bronx após a vitória consagradora sobre Justin Gaethje na luta principal do UFC 274, no último sábado. O lutador conversou com exclusividade com o Combate após o evento, e revelou que o momento mais difícil da semana foi conversar com o seu pai, que está no Brasil, e ouvi-lo chorar por ele ter perdido o cinturão.
- O mais difícil foi escutar o meu pai chorar. Foi a parte mais difícil. Mas nós somos um time e uma família gigantesca. Eles souberam me acalmar e dizer o tempo inteiro que o campeão tem nome, e é Charles Oliveira. Nós batemos o peso na quinta-feira, temos a maior certeza disso, mas infelizmente deu no que deu. Mas já passou. O que eu vim para fazer, eu fiz. Aumentamos mais uma vez a sequência de vitórias e de finalizações, e vamos continuar nesse hype. Eu vou continuar dizendo: ele vão falar e eu vou vir aqui e fazer. Eles vão falar que eu vou desistir, e eu vou mostrar que não. Tomei três knockdowns seguidos, levantei, dei o knockdown e finalizei. O que eles vão falar mais? Dessa vez foi a balança. Da próxima vez eles vão me amarrar pra ver se eu não venho pra luta...
A certeza de ter batido o peso na quinta-feira, como faz em todas as suas lutas desde a migração do peso-pena para o peso-leve serviu para acalmar Charles do Bronx na sexta-feira. O apoio da equipe e a distância das redes sociais nas horas seguintes ao ocorrido também foram fundamentais, segundo o brasileiro, para que a sua cabeça ficasse mais tranquila.
Descrevendo o momento da sua vitória, Charles revelou que foi muito afoito para cima de Justin Gaethje quando conseguiu derrubá-lo com um golpe de direita. Mesmo passando do ponto no chão, o lutador diz que ter ouvido as instruções de Jorge "Macaco" Patino, um dos seus treinadores, o acalmou para esperar o momento certo encontrar a brecha e finalizar a luta.
- Eu consegui conectar a mão nele, e eu acredito muito no poder de fogo que tenho nas mãos. Quando eu acertei o golpe e vi que ele caiu, eu fui com muita sede ao pote. Meu irmão sempre me diz pra eu ir com mais calma, mas eu fui com tudo e acabei passando do ponto. Mesmo assim, fechei o triângulo invertido, e foi quando escutei o Macaco. Ali eu fiquei mais calmo, mais tranquilo, esperando a oportunidade. Quando ele girou eu fui pras costas, e quando eu chego nas costas fica muito difícil de sair. Eu estava no esgana-galo e esperei ele explodir pra fechar o mata-leão. Quando chega nesse momento, é só correr pro abraço.
Do Bronx também falou sobre o pedido para lutar contra Conor McGregor. Segundo ele, é uma luta boa para ele, para o UFC e para o irlandês. A categoria, segundo Charles, pouco importa. Se o irlandês quiser que o duelo ocorra no peso-meio-médio, isso não será problema.
- Eu acho que o Conor quer a luta, como eu também quero. É uma luta muito boa pra mim, pro business e pro UFC. Quero ir para casa descansar, correr de cavalo e lutar de novo em dezembro, como foi no ano passado. Vou deixar com a equipe para eles verem qual é o melhor momento e com quem será a luta. Mas o que eu mais quero é que a luta seja no Brasil, Acho que eu mereço isso e o povo brasileiro merece isso. Se o Conor McGregor quiser... Ele falou que ele está na categoria dele, que é o peso-meio-médio. Mas eu também luto nos 77kg se ele quiser. Eu quero muito essa luta - finalizou.
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