Covid-19: apenas um em cada quatro doentes hospitalizados recupera após 12 meses
Um recuperado pode ficar mais de um ano até deixar de apresentar sintomas
Um grupo de cientistas do Centro de Pesquisa Biomédica do Instituto Nacional de Saúde, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, descobriu que um em cada quatro doentes hospitalizados devido à Covid-19 pode ficar mais de um ano se recuperando da doença, revela um estudo publicado na The Lancet Respiratory Medicine.
Este estudo, apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas em Lisboa e publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine, utilizou dados de pacientes adultos de 39 hospitais do National Health Service (NHS) do Reino Unido, entre 7 de março de 2020 e 18 de abril de 2021.
Os investigadores da universidade britânica utilizou dados de 2320 pacientes adultos de 39 hospitais do National Health Service do Reino Unido, que foram internadas com Covid-19 entre 7 de março de 2020 e 18 de abril de 2021. A recuperação dos doentes foi avaliada através de diferentes exames em 2320 pacientes cinco meses após a alta hospitalar e em 33% deles um ano depois.
Na visita de cinco meses, os investigadores recolheram amostras de sangue para testar a presença de proteínas inflamatórias. Concluíram, assim, que a proporção de indivíduos totalmente recuperados não havia apresentado mudanças significativas entre cinco meses (25,5%) e um ano (28,9%).
Um ano após a alta hospitalar, a maioria dos doentes ainda se queixava de fadiga (60,1%), dores musculares (54,6%), perda de mobilidade (52,9%), dificuldades para dormir (52,3%) e falta de ar (51,4%). As queixas de confusão mental (46,7%), dores no corpo (46,6%) e perda de memória (44,6%) também foram frequentes. As mulheres, pessoas com excesso de peso e doentes hospitalizados com suporte de oxigênio foram os que relataram ter a menor sensação de recuperação da doença.
Para os investigadores, estes resultados reforçam a necessidade de apoiar as pessoas que sofrem com sintomas de Covid-19 longa. "Sem tratamentos eficazes, a Covid longa pode tornar-se uma nova condição de saúde de longo prazo com alta prevalência na sociedade", escrevem.
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